Chuvas não causam estragos
Artigo/Opinião
Permanentemente somos "bombardeados" por uma "enxurrada" de notícias em diferentes veículos de comunicação trazendo em seus preâmbulos de abordagens frases como: "chuvas causas estragos, chuvas provocam mortes" e assim por diante.
Que em boa parte do Brasil durante os meses de primavera e verão as chuvas são mais intensas e recorrentes isso já é sabido, visto que este é o chamado período chuvoso nestas regiões.
Porém, apesar de ser de conhecimento dos efeitos que o período causa, continuamos a assistir uma sucessão de omissões por parte de diversos agentes da sociedade, incluindo sobretudo o poder público.
Deslizamentos de terra, alagamentos, mortes, perdas materiais, danos psicológicos e afins poderiam ser evitados e/ou fortemente atenuado se o que tivesse de ser feito, assim o fosse.
Quando fazemos uma análise dos efeitos causados, repetidamente nos deparamos com recorrentes fatos tais como ocupações irregulares, excesso de impermeabilização do solo, ausência de áreas verdes, redes de drenagem ineficazes, gestão inadequada dos resíduos sólidos (vulgo lixo), este por parte do Estado e da população dentre outros fatos.
Num planeta cujas mudanças climáticas se manifestam de forma cada vez mais intensa e recorrente, é imperativo que a sociedade por meio de seus agentes constituídos, bem como a população agirem rumo ao eficaz enfretamento dos desafios, de forma corretiva e preventiva.
E, é neste prisma de atuar na antecipação aos problemas que ações até então executadas precisam ser revistas urgentemente.
O Estado em seus 3 Poderes precisa atuar em direção a constituição de espaços mais sustentáveis por meio da criação e cumprimento de leis regulamentadoras. Além disso, obras emergenciais são fundamentais, tais como: a desocupação dos residentes em áreas de risco (encostas e fundos de vale) e consequente oferta de opções dignas de moradias; execução de galerias de águas pluviais; limpeza de bueiros que permitiam maior fluidez das águas e paralelamente a criação de áreas permeáveis.
Ao capital privado, cabe agir na mesma direção, ou seja, entender as dinâmicas naturais neste novo cenário climático, atuando em sintonia com as novas demandas.
Assim também, cada cidadão tem a responsabilidade, por meio ações simples, contribuir para a seleção do lixo, descarte adequado etc.
Para que esse ciclo vicioso se rompa, agir de forma assertiva não é mais uma opção, mas sim uma necessidade imediata.