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Código Florestal e eu com isso?

  • 26/05/12
  • 10:00
  • Atualizado há 621 semanas

* João Mota

Ao me deparar com uma Camila Pitanga expressando o seu apoio ao veto presidencial do Código Florestal, ou a um Maurício de Souza pedindo a proteção de nossas florestas ou qualquer outra celebridade emitindo a sua opinião sobre o Código Florestal sem ter um mínimo de conhecimento sobre o assunto, fico indignado como a agropecuária é desprezada neste país. Parece que há uma campanha em marcha para marginalizar os produtores rurais tal a falta de apoio a algo tão básico como o reconhecimento do seu trabalho e do que já foi feito pelo país para garantir o seu progresso e desenvolvimento. É só isso o que queremos ao pedir que o Código Florestal seja sancionado pela presidenta Dilma.

Não se pode ignorar a manifestação de mais de 4 mil prefeitos conscientes do que a redução de áreas em produção vai provocar no orçamento municipal de cidades que tem na agropecuária a sua base econômica. A população vem sendo manipulada pela opinião pública de forma ostensiva a aderir a uma campanha que não faz outra coisa senão jogá-la contra nós produtores. Dizem que o novo Código Florestal vai penalizar os pequenos produtores e prejudicar a agricultura familiar. É justamente o contrário! O novo Código Florestal vai permitir a regularização de pequenas propriedades, aqueles que estão na ilegalidade poderão ficar sob o abrigo da lei. Não há anistia, apenas o reconhecimento de áreas que antes foram desbravadas para atenderem ao próprio apelo do governo para desenvolver o país.

Reconhecer legalmente as áreas de produção já consolidadas é dar segurança jurídica à atividade e garantir a produção de alimentos e o resultado positivo que a economia vem obtendo com a contribuição do agronegócio.

Infelizmente, o povo brasileiro já se acostumou a levantar bandeiras e defender idéias que no final se mostram bem diferentes. Vejam o caso da sacolinha plástica que deixou de ser fornecida pelos supermercados. Na época em que se discutia a viabilidade desse projeto, todos concordaram que era uma ótima idéia para preservar o meio ambiente e ninguém manifestou queixas contra ter que providenciar suas próprias sacolas. Hoje, alguns mercados voltaram a fornecer sacolas plásticas porque os consumidores desistiam das compras ao chegar no caixa e ver que não haveria sacolas para carregá-las. Algumas cidades aprovaram uma lei municipal exigindo que os supermercados voltem a fornecer as sacolas plásticas porque se trata de um direito do consumidor. Será que a gente vai ter que esperar a água chegar a bater no traseiro para a população entender o que o veto presidencial ao Código Florestal vai encarecer e reduzir a oferta de alimentos?

*JOÃO ANTONIO FERREIRA DA MOTTA

Presidente do Sindicato Rural de Cândido Mota

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