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Coronavírus: Quem vai pagar a conta?

COLUNISTA - Eduardo Oliveira

Eduardo Oliveira

  • 25/03/20
  • 10:00
  • Atualizado há 213 semanas

O novo coronavírus - COVID 19 atribula o outro lado mundo, mais especificamente a China, desde o dia 31 de dezembro de 2019, desde a referida a data até esta terça-feira, dia 24 de março de 2020, o vírus se espalhou por quase todo o globo terrestre, e seus efeitos não se restringem somente à saúde, mas a economia também.

O presente texto busca uma reflexão acerca da tragédia econômica que a pandemia está trazendo ao Brasil e a forma como a nossa classe política lida com o problema.

A pandemia causada pelo COVID 19 está causando uma grande preocupação na população e em muitos governantes das unidades federativas do nosso País, onde se tem tomado medidas que restringem a circulação de pessoas, como o teletrabalho, a suspensão de serviços não considerados essenciais para a população, e a regra de forma geral é para que os cidadãos fiquem em casa, só saiam se for em caso de extrema necessidade.

Todas estas medidas são válidas, segundo epidemiologistas para que a propagação do vírus seja um pouco mais lenta. Diante de tal cenário, muitas pessoas estão deixando de consumir e de trabalhar, o que já está levando a maioria dos países à recessão econômica, como é o caso do Brasil.

Na noite de domingo, dia 22, o presidente da República Federativa do Brasil, Jair Bolsonaro, apontou a Medida Provisória (MP - 927), a qual dispõe sobre medidas trabalhistas para o enfrentamento do estado de calamidade pública ocasionado pelo COVID 19, dentre as medidas determinadas estava a suspensão de contratos de trabalhos por quatro meses, nos quais os empregadores não teriam obrigatoriedade de pagar os salários dos empregados, haja vista que os mesmos deveriam realizar cursos de aperfeiçoamento bancados pelas empresas.

Diante de tal situação, Bolsonaro sofreu críticas de deputados, de integrantes do Ministério Público e de grande parte da população, e assim o trecho referido da MP - 927, que é o art. 18 foi revogado, já na segunda-feira, dia 23.

A contenção de gastos é de extrema necessidade, sem dúvidas, mas o que se tem visto, pelo menos por ora, é a discussão de redução de despesas da classe trabalhadora, onde muitos são autônomos, estão no mercado informal e outros que estão tendo suas jornadas trabalhistas reduzidas em 50 %, cuja renda também passa a ser pela metade.

Desde o início da crise, Bolsonaro e o seu Ministro da Economia, o "Posto Ipiranga", Paulo Guedes, não defenderam a possibilidade de criar um imposto para grandes fortunas e grandes heranças ou taxar dividendos recebidos pelos super-ricos, que - aliás - pagam menos impostos no Brasil. Pelo contrário, anunciou medidas, como os míseros R$ 200,00 para trabalhadores informais e se vangloriou ao anunciar que acabaria com a fila do Bolsa Família que o próprio governo criou. Uma pequena parte da renda e do patrimônio não faria falta a bilionários ou multimilionários, mas poderia garantir proteção aos trabalhadores e ajudar micro e pequenas empresas a sobreviver à crise. Além do mais, não se vê a classe política discutir contenção de despesas no que tange os seus subsídios e regalias.

Afinal, o trabalhador é quem vai pagar a conta do COVID 19. Aguardemos, pois o cenário de terror está apenas começando.

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