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E os preços dos combustíveis não vão diminuir?

COLUNISTA - Professor Thiago Hernandes

Prof. Me. Thiago Hernandes

  • 17/03/20
  • 08:00
  • Atualizado há 210 semanas

Como tenho feito em meus últimos artigos nesta coluna, a abordagem crítica, provocativa e reflexiva serão os instrumentos que orientarão a linha deste ensaio.

Sabe-se que há mais de um século o petróleo e seus derivados representam a principal matriz energética da humanidade, visto que sua oferta abundante e a flexibilidade de usos possibilitaram o desenvolvimento de uma ampla gama de produtos que o usam como matéria-prima principal.

Porém, o petróleo como tantas outras matérias-primas é uma commodity cuja cotação, dá-se majoritariamente, em Dólar e em âmbito mundial. Deste modo, os preços praticados aos derivados do petróleo no mundo todo vão refletir fatores como políticas energéticas de cada país, tributos, logísticas e a cotação das moedas nacionais ante ao Dólar Estadunidense.

Trazendo este debate à realidade brasileira, o país por décadas apresentou-se ao mundo como um grande importador de petróleo, pois a relação entre oferta e demanda era desfavorável. Assim, o preço praticado internamente aos derivados do petróleo seguia a lógica abordada no parágrafo anterior.

No início dos anos 2000, esta realidade foi revertida com as descobertas das jazidas na camada do Pré-Sal. A oferta aumentou ao ponto de o país tornar-se um exportador de óleo cru, ou seja, de petróleo bruto.

Entretanto, vale ressaltar que neste interstício e, como sempre ocorre, a cotação do Dólar ante a moeda nacional, o Real, sempre oscilou bastante e isso, atrelado às variadas políticas governamentais, refletiram no constante elevado custo dos derivados do petróleo ao consumidor final.

Contudo, nos últimos meses em razão de divergências políticas compreendendo grandes produtores, em especial entre Rússia e Arábia Saudita, atrelado a menor demanda do produto face as instabilidades geopolíticas no cenário global, a cotação do petróleo em Dólar vem registrando sucessivas quedas.

Nesta semana, o preço do Barril do petróleo alcançou o patamar de US$ 30,00 (trinta dólares), podendo, segundo alguns especialistas, chegar a casa dos US$ 20,00 (vinte dólares), o que seria a menor cotação desde a Guerra do Golfo 1, no início dos anos 90 do século passado.

De posse destas informações começo a fazer alguns questionamentos, afinal, perguntar não ofende.

Quando a gasolina/diesel subiam nas bombas antes, o argumento era que o preço do petróleo no comércio global subiu, e agora que ele caiu?

Antes o argumento era que o Brasil importava petróleo, e agora que somos exportadores, por qual razão o preço não diminui? (vale ressaltar aqui que por falta de infraestrutura de refino, o país vê-se obrigado a IMPORTAR gasolina e diesel, o que é uma vergonha);

Sabendo que o país tem uma grande dependência do petróleo para a movimentação de pessoas e cargas e que este custo pesa demasiadamente aos processos produtivos, não seria interessante o governo intervir na Petrobras, diminuir um pouco seu lucro e assim praticar melhores preços à sociedade para que a economia reaja com maior força e vigor ante a este momento de intensa instabilidade econômica interna e externa?

Enfim, como disse logo no início, este artigo não traz em sua essência a preocupação em apresentar respostas prontas ou soluções a tudo, mas sim em buscar apresentar reflexões provocativas para que venhamos a compreender o mundo em que estamos inseridos como agente ativo das nossas vidas, e não como meros coadjuvantes passivos das políticas governamentais.

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