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Entre o Ser real e o desejado

COLUNISTA - Professor Thiago Hernandes

Prof. Me. Thiago Hernandes

  • 26/06/20
  • 08:00
  • Atualizado há 199 semanas

Em um mundo cada vez mais marcado por padronizações e modelos ideais, é cada vez mais comum o encontro de pessoas nas mais diferentes idades, estratos sociais e gênero em meio a conflitos internos sobre a forma como estão conduzindo suas vidas, já que o poder de escolha e o livre arbítrio são atributos da natureza humana.

A bíblia diz: "tudo me é permitido, mas nem tudo me é devido". Apoiado nesta máxima, fica a pergunta: será que a busca da perfeição, atendimento aos estereótipos de sucesso e de beleza não vêm escravizando os indivíduos?

A vida em sociedade é regida por regras que permitam a convivência sadia, respeitosa e harmônica entre os seres, com direitos e deveres estabelecidos.

Paralelamente, a sociedade por interesses diversos, cria padrões e comportamentos que acabam sendo consagrados como correto a serem seguidos. É, exatamente sobre este ponto que teço a reflexão de hoje: regras e imposições.

Os conceitos diferem. Por regras devemos entender o conjunto de orientações e procedimentos que compõem os pilares éticos e morais da vida de um indivíduo na sociedade, sendo que estas mudam ao longo do tempo histórico e do espaço geográfico. Já por imposições, é a prática insensata, perigosa, arbitrária, que busca imprimir um modelo/sistema sobre nós. Quando ocorre, normalmente causa grandes danos. Esse movimento leva a perdas de identidade, de direitos e de autonomia.

Lembrando o filosofo Mário Sérgio Cortella, "a vida é muito curta para desperdiça-la com coisas pequenas".

Podemos entender o termo "coisas pequenas" como aquilo que pouco nos acrescenta, aquilo que não nos faz crescer ou até pode tirar algo de nós. Estas coisas pequenas podem se materializar em diferentes formas e ações afetando-nos cotidianamente.

Mediante um modelo, uma referência, é preciso refletir: para que isso serve? porque deve ser adotado? quais os benefícios? Será que não estaremos sendo escravos de padrões fazendo o que não se gosta, "comendo" o que não quer "engolir"?

O historiador Leandro Karnal, diz de forma objetiva: "não controlo quase nada na vida, mas no que ocorre entre a vida e morte, muitas coisas posso conduzir".

Face a citação, concluo a reflexão de hoje lembrando da importância de saber fazer escolhas livres de rótulos tidos como ideais. Que nossa capacidade criativa esteja a serviço do discernimento para que não sejamos escravos de tolices e vaidades efêmera.

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