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Exclusão do Espanhol obrigatório para o Novo Ensino Médio: Uma manifestação colonialista

Artigo/Opinião

Wendrell Gomes

  • 22/07/24
  • 13:00
  • Atualizado há 15 semanas

O Novo Ensino Médio, que será implementado a partir de 2025, inicialmente, foi encaminhado pelo Ministério da Educação.

Após 9 meses da chegada do Novo Ensino Médio ao Congresso, perante um total de 5 modificações sobre o texto original, finalmente, foi aprovado.

Dentre as mudanças principais dessa reforma, há o aumento da carga horária de aulas para a formação geral básica (aumento na quantidade de aulas e matérias tradicionais, como Português, Matemática, etc.) e a redução dos itinerários formativos (matérias relacionadas às tradicionais). Assim, houve uma certa melhoria, do ponto de vista do professorado comum.

No texto original desse projeto, havia sido estabelecida a obrigatoriedade da Língua Espanhola como componente curricular. Inclusive, foi favorável pelos senadores. No entanto, por meio da Câmara dos Deputados, essa matéria foi excluída, permanecendo optativa ou facultativa.

Contudo, para os graduados em Espanhol, que estudaram bem a sua língua, literatura e cultura, isso é um desrespeito ao Brasil. Isso, positivamente, devido às proximidades linguísticas, literárias, culturais, sociais, etc., entre esse idioma e o Português deste nosso povo.

Esse desrespeito está fundamentado no fato de que este país, pertencente à América, cuja maioria dos países falam essa língua em questão, tem muitas influências e processos histórico-culturais com esse continente.

Assim como o Brasil, outros países latino-americanos, cujas histórias remetem às submissões de colonizadores de Portugal e Espanha, continuam sendo influenciados por essas nações que foram colonizadoras, entre outras, de certa forma.

Desta vez, a Embaixada da França no Brasil, com apoio das representações diplomáticas da Itália e da Alemanha, articularam para que o Espanhol não se tornasse obrigatório.

Como parte da justificativa principal, para a Câmara, essa nova língua inserida seria custosa para os governos e de difícil execução, pela falta de professores habilitados.

Para essas embaixadas contrárias, ter outra língua estrangeira obrigatória, além do Inglês, especialmente a Espanhola, é prejudicial a outras línguas, sendo uma ofensa. Dessa forma, França, Itália e Alemanha, países de primeiro mundo, perderiam mais influências socioculturais, devido ao crescimento unificado da América Latina.

A manifestação dessas potências para se posicionarem a favor ou contra mudanças educacionais brasileiras, é legítima. No entanto, considerando o histórico de más influências europeias para este país, como a Eugenia, é possível relativizar muito.

No Brasil, no século XIX, essa ideologia derivou o chamado Branqueamento Racial. Logo, sua finalidade, basicamente, era a de aumentar a população europeia nesse território, concomitante à redução de indígenas, mestiços e negros.

Diante de toda a exploração que países latino-americanos sofreram, países que foram imperialistas, em determinado momento, não têm direito de "barrar" quaisquer possíveis unificações de povos que procuram sua ascensão.

É uma vergonha que, ainda hoje, esses "ex-exploradores" sintam-se insultados pela maior autonomia e parceria da América Latina, independente dos seus consentimentos.

Pior ainda, é o fato de que, para mudanças estruturais, atualmente, o Brasil aceite ser dependente das embaixadas de países desse tipo, lamentavelmente.

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