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Nova descoberta genética pode fornecer grande auxílio na luta contra a esquizofrenia

  • 10/03/16
  • 08:00
  • Atualizado há 420 semanas

A esquizofrenia é um transtorno mental que afeta cerca de 25 milhões de pessoas no

mundo inteiro. Ela ocorre devido a alterações no funcionamento do cérebro e apresenta

sintomas como delírios, alucinações, alterações no pensamento, perda de vontade e alteração

no afeto. Até hoje não se tem muito bem definido a origem da doença, sendo sua causa

considerada multifatorial.

Dados mais recentes apontavam que a sua origem poderia ter ligação com mutações

genéticas e foi a partir da constante busca por respostas que cientistas da Universidade de

Harvard e do Massachusetts Institute of Technology (MIT) descobriram uma possível ligação

da doença a um gene específico.

O estudo publicado na revista Nature em janeiro de 2016 mostrou que foram coletados

cerca de 65.000 dados nos últimos cinco anos em 30 países diferentes. A pesquisa foi feita

com base em 29.000 casos de esquizofrenia, 700 cérebros de pacientes que morreram por

causa da doença e outras 36.000 pessoas que não possuíam a doença. A partir de dados

coletados, descobriram uma ligação com o gene C4, localizado no cromossomo 6, gene esse

que produz uma proteína que organismo utiliza para marcar patógenos para serem eliminados.

Além disso, essa proteína sinaliza quais sinapses devem ser removidas através do processo

chamado "poda sináptica", que ocorre na adolescência e é onde o cérebro elimina conexões

em excesso e reforça as vias mais utilizadas.

Em pacientes com a doença, foi detectado uma alteração na sequência de DNA do

gene, que faz com que aumente sua expressão e resulte na eliminação de células que deveriam

continuar em funcionamento, ocasionando perda na massa cinzenta do cérebro. Isso poderia

explicar o motivo de pacientes começarem a apresentar os sintomas durante adolescência e

adultos com esquizofrenia possuírem o córtex cerebral reduzido.

Essa descoberta é extremamente importante, ainda que não indique a cura para a

doença, pode fornecer um caminho para ser seguido no desenvolvimento de tratamentos mais

eficazes, pois se for possível reduzir a poda sináptica durante a adolescência de um paciente, a

gravidade da doença poderia ser reduzida, podendo isso servir até mesmo como forma de

prevenção da doença.

Por - João Guilherme Cândido - Assessor do Departamento Administrativo Jurídico Financeiro Biotec Júnior - Gestão 2016 - biotecjr.com.br

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