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O desafio dos pais em tempos de pandemia

COLUNISTA - Iris Vieira da Silva

Colégio Einstein

  • 01/03/21
  • 08:00
  • Atualizado há 163 semanas

"A perseverança é uma flecha que nem sempre acerta o alvo, mas mantém o foco na mira e outra flecha na aljava" (Edna Frigato)

A pandemia do novo coronavírus (COVID-19) é a maior emergência de saúde pública que a o mundo enfrenta em décadas, que trouxe além de muitas mortes o pânico, a ansiedade, a depressão e outras inúmeras dificuldades de relacionamento social, familiar e conjugal. As famílias sorrateiramente foram obrigadas a mudar suas rotinas, as finanças foram afetadas, o trabalho, comercio e as aulas presenciais suspensas. Um vírus que estava distante de repente chegou até o nosso país e nossa cidade, obrigando a cada um de nós a usar a criatividade, persistência, saúde emocional e inteligência emocional para lidar com todas essas mudanças. Os pais foram impactados por diversos desafios, além da sobrevivência física, emocional, também abraçando a responsabilidade de conduzir e inovar na educação dos filhos. Neste presente artigo tenho como objetivo citar alguns desafios que nos atendimentos do dia a dia na clínica, hospital e escolas pude perceber serem constantes.

1. Medo da morte: é comum em um determinado momento em seu desenvolvimento a criança deixar de ver a morte de forma fantasiosa e passar a perceber que ela é mais presente do que imaginava. Neste momento pode ocorrer ansiedade, medos intensos, agressividade, irritabilidade, dificuldades escolares e etc. A pandemia trouxe para bem perto a possibilidade de morte, deixando as crianças mais apreensivas. Lembro de um vídeo que viralizou onde um pai pega uma mamona nas mãos próximo ao filho e o mesmo fica em pânico porque o "Corona vírus estava ali" e pedia para o pai se desfazer do mesmo. Deixar a criança expressar o medo e avaliar se ela está conseguindo lidar ou se é necessário a intervenção de um profissional e o acompanhamento da escola.

2. Solidão: as crianças estavam acostumadas a irem para a escola onde brincavam sem restrições. Após isso continuavam a brincadeira nas ruas, quintais e em sua casa ou de amigos e familiares. Com a pandemia, passaram a ficar mais sós, sem muitas crianças por perto, os filhos únicos nem se fale. A solidão trouxe três problemas: o aumento das horas no celular e computadores, a exigência de uma maior interação dos pais e a ociosidade que em muitos casos acarreta o ganho de peso, ansiedade e em alguns casos a depressão. Então os pais devem estar atentos nesta questão, mesmo com o retorno gradual a solidão ainda é presente em alguns momentos. Perceber se a criança está sendo afetada pela mudança na rotina, usar a criatividade e possibilidades de entretenimento das mesmas são ações necessárias para os pais.

3. Dificuldades na Família: as crianças são grandes e excelentes observadoras, conseguem detectar problemas mesmo que não seja tão claro, identificando em fisionomias e gestos o sofrimento dos envolvidos. Com a pandemia, muitos tiveram que se adaptar ao trabalho home office, quando junto ao ensino a distancia geralmente os pais demonstram stresse ao lidar com essa situação. Segundo pesquisa do Datafolha publicada no dia 05 de Agosto de 2020, mostra que o estresse nos lares aumentou na pandemia, acarretando até dificuldades conjugais. Uma das queixas apresentadas foi o acumulo do trabalho doméstico, principalmente por parte das mulheres. Há também os problemas financeiros e suas preocupações e o luto nas famílias que tiveram um ente ceifado pelo vírus. A criança absorve o problema e geralmente não consegue digeri-lo sozinhas, precisando de uma maior atenção dos pais e até cuidados psicológicos.

4. Dificuldades escolares e de aprendizagem: uma vez que o ensino foi a distância, muitas crianças e adolescentes não conseguiram acompanhar a forma remota, em sua maioria as crianças com dificuldades de concentração ou que necessitam de interação para aprendizagem. Os pais ficaram de mãos atadas dentro de suas limitações. Muitas escolas colaboraram com esse processo, oferecendo até ajuda psicológica, como no caso do Einstein Assis. O retorno às aulas presenciais pode trazer ansiedade e medo para algumas crianças. Cabe aos pais observar as dificuldades relacionadas a aprendizagem, dividir o problema com e escola, buscando ajuda nos casos em que há dificuldade na condução do problema.

Enfim, os desafios dos pais em tempos de pandemia são inúmeros, e humanamente dentro de suas limitações também precisam de ajuda quando chegarem a um esgotamento emocional ou na dificuldade de tomada de decisão. Esperançosos de que venceremos esta batalha, sigamos juntos para que quando passar saiamos mais fortes, com filhos fortalecidos, família saudável e com muitas aprendizagens de vida, principalmente como seres humanos melhores.

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