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Semana Santa, domingo de Páscoa e a epidemia do ódio

COLUNISTA - Arildo Almeida

Arildo Almeida

  • 06/04/20
  • 08:00
  • Atualizado há 210 semanas

Que mês foi esse de março. Aliás, que ano. Quem pensaria que 2020 seria tão agitado assim? Pensamos que teria seu movimento por conta dos jogos olímpicos e das eleições municipais. Mas foi bem diferente. Janeiro começou com uma cerveja contaminada. Fevereiro antecipou as águas e lavou o país; lavou tanto que provocou inúmeros alagamentos, mortes, perdas materiais e tristeza para muita gente. Março chegou e junto trouxe esse vírus, que é tão preocupante quanto polêmico. Agora, entramos em abril, ainda em quarentena e convivendo com o coronavírus. Ninguém pode reclamar de monotonia.

Já estamos na Semana Santa, que antecede o domingo de Páscoa. Um dia que, tradicionalmente, famílias e amigos se reúnem para confraternizar, independente de religião. Não existe coisa melhor do que estar com as pessoas que amamos, almoçar juntos, colocar os assuntos em dia, contar histórias antigas e lembrar com carinho dos que já se foram. Mas, esse ano, teremos um feriado de Páscoa diferente. As mesas cheias de gente estarão mais vazias; vovós e vovôs não irão abraçar os netos. Tudo porque estamos vivendo um momento atípico, um isolamento social por conta da pandemia do coronavírus.

Semana passada, falamos de como o momento gera discussão nas redes sociais, mas também promove conversas e atos solidários com o próximo; indivíduos cuidando de si para cuidar dos outros e entendendo que a sua ação impacta diretamente na vida de outras pessoas que estão por perto, nem que seja por um tempo muito pequeno. Porém, temos o outro lado da corda e vemos os que usam a rede social apenas para propagar notícias falsas ou espalhar o ódio. Estamos vivendo a epidemia do vírus e a epidemia do ódio.

Esse lado perverso de algumas pessoas se mostra no "anonimato" que a rede proporciona, e mensagens de intolerância e ódio, quando discordam de algum tema, se proliferam. No meio da crise do coronavírus, vemos pessoas que publicam mensagens como: "quem mandou casar com velho", "e daí se morrer velho, já viveu bastante", "tomara que morra, porque não para em casa" e muitas outras que não merecem ser mencionadas aqui. Claro que todos têm o direito à liberdade de expressão. Mas todos também têm direito de viver. Não é porque a pessoa ficou doente ou discorda do seu pensamento, que ela deve ser atacada. E vamos combinar, ninguém quer ficar doente, internado num hospital, morrer ou, ainda, perder alguém que ama.

Vamos aproveitar o período de isolamento social e a semana da Páscoa para refletir sobre nossas ações e pensamentos. Somos parte de algo maior e estamos todos conectados - pela internet ou pela vida. Não quero me antecipar, mas já vou escolher duas palavras para definir 2020: vulnerabilidade e resiliência, porque será um ano de muitas incertezas, instabilidade e fragilidade, mas também será de muita força, resistência e amor

Bom dia, Assis!!! E feliz Páscoa!!

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