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Será que voltaremos ao "velho normal"?

COLUNISTA - Arildo Almeida

Arildo Almeida

  • 06/07/20
  • 10:00
  • Atualizado há 197 semanas

Semana passada, Assis completou 115 anos. Mas, por conta de todos os acontecimentos e da pandemia, as comemorações habituais não aconteceram. Esse ano, não tivemos o desfile do dia 1º de julho, nem show gratuito em praça pública, muito menos a tradicional e linda exposição de orquídeas (que esse ano seria a 50ª edição) ou a Ficar com todos seus shows, eventos e movimento. As comemorações de aniversário da cidade acompanharam esse momento tão diferente que estamos vivendo, tão cheio de adaptações, mudanças e replanejamentos. Os festejos foram de forma online e bem menos animados, porém, cheios de cuidados e respeito com o outro.

Pandemias sempre existiram no mundo; aparecem em relatos da Grécia antiga e na Bíblia. A do coronavírus fez com que todos buscassem alternativas para continuar a trajetória. Foi assim no comércio, nos bares e restaurantes, nas instituições de ensino e nos trabalhos em geral. Ninguém estava preparado para viver em isolamento social, sem encontrar amigos e família; ninguém esperava não poder dar um aperto de mão ou não se despedir de um ente querido; nenhum pai ou mãe esperava ter que ser o professor-assistente do filho, mesmo sem entender de química ou física. Todo mundo se adaptou para viver esse "novo normal".

Isso não quer dizer que não temos saudade de velhos hábitos. E eu me pergunto: como será quando voltarmos ao "velho normal"? Será que voltaremos ao velho normal e isso ainda será normal? São tantas perguntas sem respostas certas de como será o mundo depois dessa pandemia, mas uma certeza eu tenho: queremos voltar a interagir pessoalmente, porque estamos carentes de pessoas. Semana passada, em uma entrevista, Zeca Pagodinho disse que está em crise de inspiração, justamente por sentir falta das ruas, dos shows e do contato com as pessoas. Na mesma semana, Marisa Monte disse que está com saudade de uma farra, de festas, de roda de samba e até de uma cachacinha com os amigos. Quem é que não está, não é, Marisa?

Estamos todos vivendo um mesmo problema. Todo mundo foi se adaptando, se reinventando, aprendendo e se reaprendendo. Eu aprendi muita coisa no novo normal e quero levar comigo quando o velho normal voltar. Ainda não é o momento, mas quero voltar a socializar, trabalhar ao lado de outras pessoas, passear na rua ou no shopping, ir ao cinema, encontrar amigos, abraçar, sentar na mesa de bar e ficar batendo papo sem pensar em ficar doente ou deixar alguém doente. Acredito que esse sentimento do velho normal seja de todos nós, assim como o desejo de que, no próximo aniversário de Assis, comemoremos duas vezes: a cidade e as coisas boas que voltaram a acontecer depois da pandemia.

Bom dia, Assis!!!

*Colaborou Andreia Alevato

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