Como o coronavírus se camufla no organismo
Estudo explica que vírus usa enzima para modificar seu próprio material genético e não ser reconhecido como um corpo estranho pelas células humanas
Os estudo acerca do coronavírus, em sites como saudelab.com, estão ajudando médicos e especialistas a encontrarem a melhor forma de tratar a doença que está dizimando parte da população mundial. No Brasil, os casos confirmados já ultrapassaram a casa dos dois milhões. O número de óbitos já superou 80 mil.
O cenário tem motivado equipes de cientistas no mundo inteiro para encontrar uma saída. Para achar uma vacina que seja eficaz contra o vírus, é preciso saber do que ele é feito e como ele atua no corpo humano. Seus caminhos, percursos e fases dentro do organismo.
Um estudo publicado pela "Nature Communications" mostra o trabalho de pesquisadores que conseguiram desvendar uma enzima importante para o Sars CoV-2: com a ajuda dela, o vírus consegue fazer alterações genéticas e não ser rastreado como um invasor, uma espécie de camuflagem contra o sistema imunológico.
A descoberta do mecanismo usado pelo vírus para não ser reconhecido pode ajudar no desenvolvimento de novos medicamentos contra a Covid-19, dizem os autores. De acordo com Yogesh Gupta, principal pesquisador pelo Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas em San Antonio (UT Health San Antonio), eles analisaram a estrutura da enzima nsp16, que o vírus produz para modificar o seu RNA mensageiro.
"É uma camuflagem", disse Gupta. "Por causa das modificações, que enganam a célula, o RNA mensageiro do vírus é considerado parte do código da célula, não um estranho", explicou.
Os cientistas acreditam que desvendar a estrutura em três dimensões da nsp16 pode ajudar na produção de medicamentos, já que outras moléculas pequenas já foram encontradas pela ciência e conseguiram inibir a ação da enzima. Desta forma, o sistema imunológico atacaria diretamente o vírus invasor.
"A análise descobriu a estrutura 3D de uma enzima chave do vírus COVID-19 necessária para sua replicação e encontrou um bolso que pode ser direcionado para inibir essa enzima. Este é um avanço fundamental em nossa compreensão do vírus", afirmou o co-autor do estudo, Robert Hromas.
As novas descobertas podem proporcionar novos estudos sobre possíveis vacinas contra o coronavírus. Todas vacinas, até o momento, estão em fase de testes e é prematuro dizer quando elas poderão ser utilizadas no público em geral.