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Colégio Diocesano Santo Antônio: Nem melhor, nem pior. Apenas marcante

Hoje contaremos um pouco da história de uma das escolas mais tradicionais da cidade. Um lugar repleto de histórias especiais

Fernando Nascimento

  • 17/05/23
  • 11:00
  • Atualizado há 48 semanas

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Hoje contaremos um pouco da história de uma das escolas mais tradicionais da cidade. Um lugar repleto de histórias especiais. Que marcou as vidas de milhares de assisenses e moradores da região.

Batemos um papo super agradável com a Dona Iza Giannasi, memória viva do Diocesano, que sabe tudo sobre o saudoso colégio. Ela viveu intensamente o cotidiano escolar por mais da metade de sua vida, 51 anos ininterruptos, entre 1963 e 2014, e nos contou algumas histórias pitorescas, na flor de seus 85 anos. Mas, antes de D. Iza, muita coisa aconteceu.

O primeiro bispo da Diocese de Assis, Dom Antônio José dos Santos, que a administrou entre 1930 e 1956, foi o fundador do Ginásio Diocesano Santo Antônio, em 29/06/1946.

O PIME, Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras, foi mantenedor da escola até o ano de 1985. Vários padres dirigiram ou participaram da escola, como Padre Enzo Ticinelli, Padre Pedro Belcredi, Padre Antonio, Padre Egídio e o Padre José Contini. O primeiro prédio do Ginásio Diocesano foi onde hoje é a Casa da Menina São Francisco de Assis.

Divulgação - Colégio Diocesano Santo Antônio: Nem melhor, nem pior. Apenas marcante
Colégio Diocesano Santo Antônio: Nem melhor, nem pior. Apenas marcante

Em 1959, alguns italianos fizeram a doação do prédio onde o Diocesano se tornou conhecido, localizado na Avenida Doutor Dória. Anos de ouro se seguiram, com o crescimento do número de alunos.

A fanfarra do Diocesano era um dos orgulhos do Padre Contini. A banda já chegou a contar com mais de 100 integrantes e, nos anos 60, os desfiles de 7 de setembro eram especiais, momentos de até uma certa rivalidade com a fanfarra do Clybas e do Santa Maria. No fim, tudo era festa e, quem participou ou assistiu, certamente nutre muitas boas recordações.

Ainda na década de 60, foi criado o curso colegial. Anos depois, em 1970, o PIME se propôs também a atuar no ensino superior, sendo criada a Escola de Educação Física de Assis. Posteriormente, nos anos 80 e 90, foram instalados, respectivamente, os cursos superiores de Administração de Empresas e de Ciências Contábeis.

Divulgação - Antigo ônibus - Foto: Divulgação
Antigo ônibus - Foto: Divulgação

Outra marca do Diocesano eram suas grandiosas Festas Juninas, organizadas em parceria com o Lions Clube, e com a participação maciça dos assisenses. Todo o valor arrecadado era doado para instituições filantrópicas da cidade.

Divulgação - Diocesano - Foto: Divulgação
Diocesano - Foto: Divulgação

A escola e a faculdade sempre se destacaram nos esportes, em especial futebol, natação e atletismo. Alunos colegiais e universitários participaram com sucesso de inúmeras competições. Também foram muitas viagens culturais, educativas e de formatura. Sempre com a companhia do Geninho.

Divulgação - Diocesano década de 60 - Foto: Facebook Memória Fotográfica Assisense
Diocesano década de 60 - Foto: Facebook Memória Fotográfica Assisense

Voltando ao papo com a D. Iza, que passou por vários cargos, desde professora do P1 até diretora, a união de todos era a principal marca da escola. E muito respeito e confiança, considerando que, uma instituição católica aceitou como diretora, inclusive da faculdade, uma evangélica, sem que isso tenha trazido qualquer problema. Aliás, algo que fortalecia a relação com funcionários e alunos.

Em suas próprias palavras, ela era uma diretora severa, mas acima de tudo, amiga de todos, respeitando as individualidades dos alunos. A dupla de direção com o saudoso "Seu Tácito" foi formadora do caráter de muita gente. Os alunos eram movidos "pelo medo" (risos). Bons tempos.

Divulgação - Formatura de uma 8ª série - Foto: Divulgação
Formatura de uma 8ª série - Foto: Divulgação

D. Iza, nos contou que, certa vez, os alunos do terceiro ano levaram uma galinha para a escola, com a intenção de assustar as meninas da classe, e a deixaram amarrada em frente à sala. Ao ser informada sobre o plano "maléfico", ela pediu para os funcionários esconderem o bichinho por um dia, que acabaram virando mais alguns. A curiosidade tomou conta dos alunos, que se perguntavam sobre o destino da ave.

Divulgação - Alunos - Foto: Divulgação
Alunos - Foto: Divulgação

Certo dia, D. Iza e uma professora de biologia entraram na sala, e ofereceram a todos uma caldeirão de canja de… galinha. Sim, o animal virou refeição para todos. Tristeza misturada com festa e descontração. Foi feito um velório simbólico, com caixão de papelão e coroa de flores. Um cortejo fúnebre foi simulado, com a participação de toda escola, assim como um sepultamento e tudo. Mais uma demonstração da diretora "severa e amiga".

Na década passada, o IEDA, Instituto Educacional de Assis (mantenedor da escola e faculdade desde 1985), foi transferido para um novo local, ao lado do antigo. Para tristeza de muita gente, o prédio acabou se deteriorando e, com uma estrutura abalada, foi demolido em 2015. As lembranças e a saudade, porém, ficaram intactas. Assim como alguns itens físicos, como um pedaço do assoalho de madeira da escola, que dona Iza ganhou de um ex-aluno e tem guardado com muito carinho.

Divulgação - Uma viagem da vida - Foto: Divulgação
Uma viagem da vida - Foto: Divulgação

Muitos ex-alunos e ex- funcionários da escola mantêm contato até os dias de hoje. As redes sociais são perfeitas para isso, como a página do Facebook: Turma de ex alunos do Colégio Diocesano Santo Antônio de Assis/SP. Muita gente ilustre de nossa cidade passou pelas carteiras do Diocesano, inclusive este não ilustre escritor. Professores e funcionários extraordinários também. Não queremos correr o risco de deixar ninguém de fora, então, sintam-se todos homenageados e abraçados com este texto.

Divulgação - Turma de 2001 - Foto: Divulgação
Turma de 2001 - Foto: Divulgação

Divulgação - Fernando Nascimento e Dona Iza - Foto: Divulgação
Fernando Nascimento e Dona Iza - Foto: Divulgação

Um capítulo marcante da história Especial Assis 118 anos, de quase 70 anos.

Uma história de amor. Colégio Diocesano Santo Antônio.

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