Entregador, vítima de acidente e que teve bicicleta apreendida por irregularidade, luta por recomeço
O jovem assisense Wellington da Silva Teixeira de apenas 22 anos, enfrenta diariamente as adversidades de um trabalho desafiador nas ruas
Redação AssisCity
- 13/05/23
- 09:00
- Atualizado há 74 semanas
O jovem assisense Wellington da Silva Teixeira de apenas 22 anos, enfrenta diariamente as adversidades de um trabalho desafiador nas ruas de Assis. Sua história de vida é marcada por lutas, sacrifícios e um acidente que mudou sua trajetória, colocando-o em busca de uma segunda chance.
Wellington é conhecido como Tom e começou a carreira como entregador recentemente, após adquirir uma bicicleta motorizada para agilizar suas entregas. Sem condições financeiras para comprar uma motocicleta convencional e sem possuir carteira de habilitação, ele viu na "bikelete" uma nova oportunidade de trabalho.
Consciente da irregularidade de sua situação, Tom explica que está em processo de tirar sua CNH, mas a necessidade de sustento falou mais alto, e ele começou a trabalhar antes mesmo de obter a licença necessária.
"Escolher a bicicleta motorizada se tornou a opção mais econômica e eficiente pra mim, especialmente em tempos de altos preços de combustíveis. Além disso, a falta de fiscalização específica para esse veículo fez com que eu me sentisse confiante para continuar exercendo meu trabalho", explica Tom.
É importante frisar que segundo o Código de Trânsito Brasileiro, (CTB), que veículos cicloelétricos e ciclomotores como é o caso da bicicleta de Tom, devem ser devidamente registrados e licenciados para circularem em vias públicas. Além disso, o condutor deve possuir habilitação na categoria A ou Autorização para conduzir ciclomotores (ACC).
Wellington explicou que quando adquiriu sua bicicleta ela não estava totalmente regularizada, sem documentos e que acabou adiando o processo para conseguir a autorização ou a carta para trafegar. "Eu precisava trabalhar, fazer dinheiro, para conseguir regularizar minha situação, nunca tinha visto essa fiscalização e essa necessidade acabou vindo em primeiro lugar", explica.
O jovem estava animado com as perspectivas de realizar entregas noturnas e aumentar seus ganhos, já que durante o dia trabalha arrumando fogão e outros eletrodomésticos.
Acidente
No entanto, tudo mudou no segundo dia de trabalho. Enquanto pilotava, em um cruzamento, um veículo desrespeitou o sinal de pare e colidiu com a bicicleta motorizada de Tom. "O motorista saiu do carro, perguntou como eu estava, me deu um número de telefone falso, entrou dentro do carro e foi embora sem prestar socorro", comenta.
O acidente aconteceu nesta quarta-feira, 10 de maio e gerou uma grande comoção nas redes sociais.
Tom ficou levemente ferido e com a moto totalmente danificada. Ele conta que como o motorista saiu rapidamente do local, as pessoas em sua volta ficaram preocupadas e chamaram a polícia. Foi nesse momento que constataram a irregularidade em sua bicicleta e ela acabou sendo recolhida.
"Infelizmente aconteceu esse fato e fiquei sem chão. Sempre fui trabalhador, dedicado e esforçado. Me vi repentinamente sem os meios para trazer o sustento para casa", desabafa.
O jovem mora com sua avó de quem cuida e explica que usou de todas as alternativas para recuperar sua bicicleta, mas o veículo foi considerado perda total no pátio onde foi depositado.
O motorista responsável pelo acidente foi identificado e o caso será investigado, mas a falta de assistência e o descaso com as leis de trânsito trouxeram grandes dificuldades ao jovem entregador.
O caso de Wellington levanta questões sobre a importância de legalizar e regularizar os veículos como bicicletas motorizadas, especialmente para aqueles que dependem delas como instrumento de trabalho. Embora haja uma parcela da população que utilize esses veículos de maneira inadequada e irresponsável, existem também pessoas como Tom, que os utilizam para fins profissionais devido à sua economia e praticidade.
Pedido de ajuda
Diante dessa situação, Tom pede ajuda da população para arrecadar dinheiro e conseguir adquirir um novo meio de transporte, permitindo que ele retome sua atividade profissional e garanta o sustento de sua família.
Além disso, ele afirma que está determinado a concluir o processo para tirar sua carta de moto, para que possa trabalhar com tranquilidade e dentro das normas legais.
"Qualquer ajuda é bem-vinda e estou confiante de que com o auxílio da população eu possa superar esse momento e possa também recomeçar e conquistar uma vida melhor para mim e para a minha avó", diz.
Para quem quiser e puder ajudar Tom, pode entrar em contato através do telefone, clicando aqui (18) 99657-9530 ou doando pelo Pix Cpf: (54792993873).
"Hoje está difícil ser motoboy, ninguém respeita ninguém. Eu sei que há pessoas que usam os ciclomotores de forma irresponsável, mas existem aqueles que dependem deles para o trabalho. É injusto que sejamos prejudicados por falta de regulamentação. Minha missão é entrar na lei, regularizar minha situação para não ter mais problemas como esses. Precisamos aprender com nossos erros e buscar sempre fazer o que é certo", finaliza o jovem.