"O apoio é o alimento para nós em tratamento", diz cirurgiã-dentista de Assis sobre o câncer de mama
Portal AssisCity entrevista mulheres que enfrentam ou já enfrentaram a doença neste Outubro Rosa
Redação AssisCity
- 15/10/24
- 09:00
- Atualizado há 7 semanas
Neste Outubro Rosa, o Portal AssisCity entrevistou Isabella Noronha Monteiro Matias, cirurgiã-dentista de 46 anos, que está em tratamento contra o câncer de mama. Sua história é um exemplo de como o diagnóstico precoce, o apoio de familiares e amigos, e a força interior podem fazer toda a diferença nessa jornada.
A importância do autoexame
Isabella, com sua rotina de autoexame, foi capaz de detectar um pequeno caroço em seu seio. "Descobri no autoexame, como sempre tive o hábito de me examinar enquanto tomo banho, um dia, lá estava ele, um carocinho do tamanho de um caroço de azeitona", relatou ela. Esse gesto simples e recorrente revelou algo que mudaria sua vida: um carcinoma agressivo de 1,3 cm.
Ela destacou que o autoexame foi essencial. "Se eu não tivesse esse hábito, poderia ter sido tarde demais", refletiu Isabella, lembrando que em 2023, por conta da correria, não fez a mamografia anual. "Gostaria de ter feito a mamografia antes da cirurgia para trocar a prótese", lamenta.
O diagnóstico e os primeiros desafios
Receber o diagnóstico de câncer de mama foi um choque. "Fiquei com um gelo enorme na barriga, tive a sensação de que não era verdade", disse Isabella. Inicialmente, ela acreditou que o problema já estava resolvido, uma vez que o nódulo havia sido retirado. No entanto, ao conversar com seu pai, que é médico, percebeu a seriedade da situação. "A história estava só começando", lembra ela.
A aceitação foi o primeiro grande desafio, seguido pelo medo de morrer jovem e de não conseguir se curar. "Ficar sem cabelo foi algo que me assustou muito, chorei muito", disse Isabella, que compartilhou sua angústia em um desabafo nas redes sociais. Contudo, com o tempo, ela foi encontrando forças para enfrentar a doença e virar essa página.
O tratamento
Isabella ainda está em tratamento, restando três sessões de quimioterapia, que serão concluídas em breve. "Ao todo, serão cinco meses de tratamento, entre as quimioterapias vermelhas e brancas. No final de novembro, volto para a cirurgia", contou ela.
Apesar de todos os desafios, Isabella nunca pensou em desistir. "Sem hipocrisia, nunca pensei em passar por isso, mas também nunca questionei Deus. Seguir adiante era meu único caminho", afirmou. Ao encontrar inspiração em outras pacientes, Isabella percebeu que cada uma tinha sua própria luta, e ela também estava disposta a enfrentar a sua.
O apoio da família, amigos e a força da fé
Isabella ressaltou a importância do apoio que recebeu de sua rede de contatos. "A família, amigos, pacientes, e até pessoas que eu não sabia que me conheciam, foram fundamentais no meu tratamento". As orações, palavras de amor e o carinho das pessoas que a encontram na rua são fontes de motivação para Isabella continuar sua batalha. "O apoio é alimento para nós em tratamento", destacou.
Além disso, Isabella encontrou conforto nas conversas com outros pacientes. "Quando estamos na unidade de quimioterapia, vemos como todos estão vivendo, lutando, e tudo parece ser natural, já não assusta mais", comentou. Ela enfatizou o quanto se sente acolhida pela equipe da Unimed Assis, onde faz o tratamento.
A mensagem de Isabella para as mulheres e a importância do Outubro Rosa
Isabella deixou um recado importante para as mulheres que ainda não têm o hábito de realizar o autoexame ou exames regulares. "Comecem hoje, já! Assim que lerem essa entrevista, peguem o celular e marquem os exames. Tudo que descobrimos no início tem mais chance de cura", alertou.
Ela também enxerga com muita positividade as campanhas de conscientização como o Outubro Rosa. "Se conseguirmos salvar uma vida, já vale a pena!", afirmou Isabella, reforçando a importância da informação e da prevenção.
Uma mensagem de esperança para quem enfrenta o câncer
Por fim, Isabella compartilhou uma mensagem de fé e otimismo para quem está passando pela mesma luta. "Tem dias difíceis, mas vai passar! Se apegar a Deus e às palavras de otimismo, não ficar olhando coisas negativas sobre a doença", aconselhou. "Tentem fazer o que tem que ser feito, ter disciplina, e quando vemos, já foi!", conclui.