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"O câncer não é mais sentença de morte", relata jovem maracaiense, no Dia Mundial do Câncer

Amanda Heloísa de Souza, de apenas 28 anos, foi diagnosticada com Linfoma de Hodgkin em estágio quatro, em 2014, aos 19 anos de idade, quando começaram a surgir os primeiros sintomas. Hoje a jovem está totalmente curada

Redação AssisCity

  • 04/02/23
  • 14:00
  • Atualizado há 62 semanas

Neste sábado, 4 de fevereiro é celebrado o Dia Mundial do Câncer. A data foi criada como objetivo de aumentar a conscientização sobre a doença, que mata mais de 10 milhões de pessoas no mundo, segundo um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A jovem maracaiense, Amanda Heloísa de Souza, de apenas 28 anos, foi diagnosticada com Linfoma de Hodgkin em estágio quatro, em 2014, aos 19 anos de idade, quando começaram a surgir os primeiros sintomas, como perda de peso, fadiga, sono excessivo, sudorese noturna, além de caroços palpáveis no pescoço e na virilha.

"Recebi o diagnostico tardio. Passava por muitos médicos que tratavam meus sintomas como se fossem anemia, até que um médico em Assis disse que eu não poderia ir embora, pois eu estava 'verde'", relata.

No mesmo dia da consulta, foi internada e duas semanas depois iniciou a quimioterapia no Hospital Regional de Assis. "A sensação de descobrir que estava com câncer, aos 19 anos de idade, foi assustadora. O primeiro pensamento foi de que eu iria morrer", relembra a jovem.

Tratamento

Helo, como é conhecida, na primeira parte do tratamento foi submetida a 18 sessões de quimioterapia. Depois realizou 30 sessões de radioterapia no Hospital das Clínicas de Marília.

Posteriormente, o câncer entrou em remissão (período que a doença permanece sob controle) no ano de 2016.

A volta da doença

Três anos depois, após novos sintomas, exames e cirurgias, foi constatado que o linfoma havia voltado e a jovem começou um novo tratamento, desta vez no Hospital Amaral Carvalho em Jaú.

"Eu era internada e fazia ciclos de quimio por cinco dias. Nessa etapa foram realizados quatro ciclos. Após esse período, houve uma tentativa de transplante de medula que não teve sucesso", conta Helo.

Helo ficou em observação e a doença foi controlada novamente. Mas, em menos de um ano, após nova rotina de exames, o câncer havia voltado.

"Fui submetida a um novo tratamento de quimioterapia, e sinceramente? eu não me lembro de quantas quimios eu fiz, pois parei de contar", conta.

Fim do ciclo e transplante

Após o fim desse ciclo ocorreu uma nova tentativa de transplante e, segunda a jovem, dessa vez foi bem sucedida. Ela realizou o transplante e após 100 dias, com novos exames, foi constatada a cura total do câncer.

"Costumo dizer que só quem é paciente oncológico entende o que passamos. Os medos, receio, crise de fé, medo da morte, altos e baixos emocionais. Tinha momentos em que eu achei que fosse morrer, passava mal, desmaiava, tinha vômitos constantes, dias e dias de internações, cirurgias e muitas incertezas", desabafa.

Com todo esse processo, Helo se manteve forte e afirma que também tinha dias em que se sentia forte, determinada e cheia de esperança, o que ajudou a vencer os momentos de luta.

Divulgação - Helo após o transplante de medula - Foto: Divulgação/Cedida
Helo após o transplante de medula - Foto: Divulgação/Cedida

"A única certeza que eu tinha era de que Deus estava comigo, mesmo no sofrimento e na dor. Ele estava lá e se fazia presente através dos médicos, enfermeiros, psicóloga, em tudo. De uma forma geral, em todo o meu tratamento, via Deus no amor das pessoas comigo e de outros pacientes também", diz emocionada.

Conscientização

O diagnóstico precoce fornece ao paciente uma chance maior de cura e aumento de sobrevida, uma vez que possibilita a intervenção antes do desenvolvimento do câncer, propriamente dito, ou em suas fases iniciais, quando o tratamento é, na maioria dos casos, mais efetivo.

Com o avanço da tecnologia e com o crescimento do acesso à informação, quando se fala em prevenção e conscientização do câncer, o caminho é longo para que o autocuidado faça parte da rotina de cada um.

"Eu acho sensacional a forma como nos últimos anos a conscientização tem aumentado. Se em 2014 tivesse tido todo esse suporte, talvez o meu diagnostico não viria tão tarde. Hoje, os sintomas de câncer podem ser facilmente confundido com outras doenças. O ideal é nunca deixar de ir ao médico, manter os exames em dia e prestar atenção no nosso corpo", explica a jovem.

Divulgação - Helo atualmente, totalmente curada  - Foto: Divulgação/Cedida
Helo atualmente, totalmente curada - Foto: Divulgação/Cedida

Por último, Helo deixa uma mensagem de gratidão a todos que a ajudaram e deixa um alerta:

"Sou grata a Deus pela minha vida, pela minha cura. O que sou hoje é resultado de tudo o que vivi no tratamento contra o câncer,as experiências que tive, as pessoas que encontrei pelo caminho e que me levaram alegria em meio a tantos momentos difíceis. Para as pessoas que estão passando por tratamento, deixo em aberto, se quiserem conversar. Para quem está passando não só pelo câncer, mas qualquer outra doença grave, o que digo é que cuide da sua saúde mental e tenha fé. Hoje, o câncer não é mais sentença de morte, existe tratamento e quanto mais cedo for descoberto, maiores são as chances de cura".

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