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Sem contratos renovados, novas consultas de pré-natal para gestantes de alto risco é suspenso no Hospital Regional

Contratos foram encerrados no último dia 4 de dezembro; Cerca de 50 pacientes eram atendidas semanalmente

Redação AssisCity

  • 10/12/24
  • 12:00
  • Atualizado há 5 semanas

A suspensão de novas consultas médicas para gestantes em situações de alta complexidade no Hospital Regional de Assis tem gerado preocupação não só entre as pacientes, mas principalmente entre os profissionais de saúde. O contrato que garantia consultas especializadas ao pré-natal de alto risco para pacientes de toda a região foi encerrado no último dia 4 de dezembro e não foi renovado pelo Governo do Estado de São Paulo e, com isso, o agendamento de novas pacientes foi interrompido. Esse contrato tinha duração de um ano e foi iniciado em dezembro de 2023.

Divulgação/Arquivo - Hospital Regional de Assis - FOTO: Divulgação/Arquivo
Hospital Regional de Assis - FOTO: Divulgação/Arquivo

De acordo com informações apuradas pelo Portal AssisCity, a equipe de obstetrícia do HRA, é composta por médicos concursados que atendem na ala de obstetrícia aos pacientes internados e aos partos, e mais dois médicos contratados de forma terceirizada, que assumiam o atendimento no ambulatório de pré-natal para gestantes de alto risco. Esses médicos realizavam cerca de 45 a 50 consultas semanais, tratando casos de gemelares, diabetes, hipertensão, obesidade, lúpus, doenças reumatológicas, malformações fetais e outras condições graves que requerem acompanhamento especializado. Conforme apurou a reportagem, o serviço de pré-natal de alto risco era realizado 3 vezes por semana.

Com o encerramento do contrato, é estimado que de 200 a 300 pacientes que estavam em acompanhamento possam ficar sem atendimento. Segundo fontes consultadas pela reportagem, muitas dessas mulheres enfrentam situações críticas que demandam consultas regulares, incluindo o uso de insulina e monitoramento de condições graves de saúde para a mãe e para os seus bebês.

O Portal AssisCity apurou que antes a porta de entrada para o Hospital Regional era o pré-natal e entre hospitais. Com o fim dos contratos terceirizados, apenas gestantes em risco - que já estão internadas ou as que são encaminhadas diretamente de outros hospitais - acabam sendo admitidas no HRA, não havendo inclusão de novas pacientes.

"Após o fim dos contratos, o hospital conta com poucos médicos na retaguarda da obstetrícia, que precisam cobrir escalas de 24 horas diariamente. Muitos acabam realizando plantões extras, para evitar o colapso total do serviço".

A sobrecarga dos profissionais também foi apontada como reflexo da falta de concursos públicos. Segundo os relatos, em 1996 o hospital contava com mais de 20 médicos na obstetrícia, mas a aposentadoria e a falta de reposição reduziram o quadro para apenas oito profissionais que ficam encarregados de todo o atendimento no setor. O contrato terceirizado encerrado recentemente ajudava a suprir essa demanda, mas sua não renovação deixou o hospital ainda mais vulnerável.

Outro problema apontado foi a dificuldade em contratar equipes completas, incluindo enfermeiros e auxiliares. "Estamos vivendo uma situação de calamidade pública. Não há perspectivas de mudança a curto prazo, e os profissionais estão sobrecarregados", conforme o Portal Assiscity apurou.

Os impactos da suspensão do serviço já são sentidos pela população, com pacientes sendo obrigadas a buscar atendimento em cidades vizinhas, como Marília, o que sobrecarrega outras unidades de saúde e gera atrasos no acompanhamento de casos graves. Algumas dessas gestantes vêm de municípios distantes, como Bernardino de Campos, Maracaí, Pedrinhas Paulista, Ourinhos, e até regiões de fora da regional de Assis, como Tupã e Adamantina.

Informalmente, o diretor do Hospital Regional de Assis, Edmar Luis de Oliveira, teria afirmado a uma profissional da saúde que estaria tentando viabilizar um novo contrato, tendo uma instituição da cidade à frente desses serviços - no entanto, a reportagem não conseguiu confirmar essa informação. O Portal AssisCity entrou em contato com o diretor do HRA e com a SES-SP com o objetivo de obter esclarecimentos sobre esse situação porém, até o momento, não obteve retorno e essa matéria poderá ser atualizada após a manifestação de ambos.

ATUALIZAÇÃO:

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SES-SP) enviou uma nota oficial para o Portal AssisCity ainda durante a tarde desta terça-feira, dia 11 de dezembro, às 16h24, afirmando que:

"O Hospital Regional de Assis (HRA) informa que o Ambulatório de Gestação de Alto Risco da unidade não foi fechado. No momento, os atendimentos no Ambulatório estão sendo realizados em parceria com a Fundação Educacional do Município de Assis (FEMA) para que todas as pacientes sejam acolhidas. Entre dezembro de 2023 até o momento, foram registrados 1.596 atendimentos a gestantes de alto risco no hospital."

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