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"Sentia inveja da felicidade das crianças", disse homem que confessou matar e esquartejar criança de 10 anos

Delegado Tiago Bergamo, da DIG de Assis, concedeu entrevista no final da tarde desta quarta-feira, 18, para esclarecer as investigações da morte de Matheus Bernardo Valim

Redação AssisCity

  • 18/12/24
  • 20:00
  • Atualizado há 4 semanas

Na tarde desta quarta-feira, 18 de dezembro, o delegado Tiago Bergamo, responsável pelo caso que culminou na morte de Matheus Bernardo Valim, de 10 anos, concedeu uma entrevista coletiva na Central de Polícia Judiciária de Assis. Ele detalhou aspectos do depoimento e da confissão de Luís Fernando Silla de Almeida, de 46 anos e vizinho da família, e revelou informações importantes sobre a investigação.

Divulgação - Luís Fernando Silla de Almeida foi preso temporariamente - FOTO: Reprodução/Gilberto Moreira/TV Record
Luís Fernando Silla de Almeida foi preso temporariamente - FOTO: Reprodução/Gilberto Moreira/TV Record

Dinâmica e execução do crime

De acordo com o delegado, o Luís atraiu Matheus até uma área de mata na Vila Tênis Clube, sob o pretexto de um passeio. Lá, desferiu uma pedrada na cabeça da criança, causando desmaio. Posteriormente, ele buscou uma serra em sua residência e retornou ao local, onde desmembrou o corpo.

"A intenção dele era dificultar a identificação e ocultar o corpo. O tronco foi encontrado na mata, mas ainda estamos à procura de outras partes, que ele admitiu ter descartado em locais diferentes. A serra usada no crime foi encontrada na casa do suspeito e está sendo analisada pela perícia", afirmou Bergamo.

O delegado também confirmou que o homem utilizou uma bolsa rosa para transportar partes do corpo, retornando ao local para concluir a ocultação.

Motivações e perfil do suspeito

Durante a confissão, o suspeito revelou que ouvia vozes que o incentivavam a cometer o crime e que sentia inveja da alegria das crianças. Segundo Bergamo, o homem apresentou sinais claros de distúrbios psicológicos, mas não há registros de acompanhamento médico ou psiquiátrico anterior.

"Ele vivia isolado, morava sozinho e tinha um histórico de comportamentos estranhos. Em sua casa, encontramos evidências de crueldade, como animais mortos de forma suspeita. No entanto, não há indícios de práticas ritualísticas", disse o delegado.

Ainda sobre as motivações, Bergamo explicou que o crime pode ter sido resultado de uma tentativa de abuso sexual frustrada. "Há indícios de que o menino possa ter reagido a alguma tentativa, o que escalou a violência. Vamos trabalhar com a perícia para esclarecer essa hipótese", completou.

Portal AssisCity - Delegado Lincoln Amorin Kunisiwa, Delegado Tiago Bergamo e o oficial da PM - FOTO: Portal AssisCity
Delegado Lincoln Amorin Kunisiwa, Delegado Tiago Bergamo e o oficial da PM - FOTO: Portal AssisCity

Relação com a família da vítima

Luís Fernando era vizinho da família de Matheus e, segundo relatos, mantinha uma relação cordial com eles. Ele também era conhecido por realizar reparos em bicicletas na região do bairro da Vila Central, o que facilitava sua aproximação com crianças.

"A mãe não desconfiava dele. Ele era visto como uma pessoa comum, que inclusive participava de atividades sociais com a família. Por isso, a aproximação com Matheus não levantou suspeitas iniciais", revelou Bergamo.

A confissão e a prisão

O delegado relatou que o suspeito começou a levantar suspeitas após apresentar contradições em seu depoimento inicial. Durante a prisão, ele confessou o crime e apontou o local onde o corpo foi encontrado.

"Quando o questionamos, ele entrou em contradição várias vezes. Isso, combinado com as provas que já tínhamos, nos levou a solicitar a prisão temporária. Depois que o corpo foi localizado, ele admitiu tudo", afirmou Bergamo.

Dificuldades na investigação

Bergamo destacou que a investigação enfrentou muitos desafios, como informações falsas e a dificuldade de acessar algumas áreas de mata devido ao clima. "A primeira informação de que o menino estava com uma camiseta do Barcelona e a semana de chuvas que tivemos dificultou o trabalho. Além disso, informações falsas nas redes sociais desviaram nossos esforços em alguns momentos. Mas, apesar disso, conseguimos avançar rapidamente", explicou.

Próximos passos

A investigação agora se concentra em localizar partes do corpo de Matheus que ainda estão desaparecidas, além de coletar provas adicionais para fortalecer o caso contra o suspeito.

"Vamos continuar analisando imagens, depoimentos e provas periciais para montar a cronologia completa do crime. Temos 30 dias para concluir o inquérito, e estamos determinados a esclarecer todos os detalhes", concluiu o delegado.

O Portal AssisCity continuará acompanhando o caso e atualizando as informações conforme as investigações avancem.

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