Centro-oeste paulista tem cinco cidades com mais eleitores do que moradores
Em Arco-Íris há quase 500 pessoas a mais aptas a votar do que os cerca de 1,7 mil moradores. No Brasil, situação se repete em 493 municípios e cresceu 60% desde as eleições de 2018.
Cinco cidades do centro oeste paulista têm mais eleitores do que moradores. A maior diferença na região foi registrada em Arco-Íris, cidade com apenas 1.723 moradores, mas que registra 2.263 eleitores, ou seja, 490 pessoas a mais aptas a votar do que a população estimada pelo IBGE.
A situação se repete em outras quatro cidades da região: Borá, Uru, Florínea e Paulistânia.
Em Borá, a menor cidade do estado de São Paulo, a "distorção" não é novidade. Em 2016, quando o IBGE apontava que Borá tinha 838 habitantes, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicava a presença de 1.214 eleitores.
Neste ano, no Brasil, segundo dados do TSE e do IBGE, são 493 municípios nessa situação. O dado representa um aumento de 60% em relação às últimas eleições, em 2018, quando havia 308 cidades com mais eleitores que moradores.
Na região, depois de Arco-Íris, a maior diferença foi registrada em Uru, onde há 1.533 eleitores, 380 a mais que os 1.153 habitantes. Em Borá, a diferença é de 223 pessoas (838 habitantes contra 1.061 eleitores).
Na sequência aparece Florínea, cidade de 2.653 habitantes, segundo o IBGE, mas com 2.784 eleitores, de acordo com o TSE - diferença de 131 pessoas. A menor diferença na região é registrada em Paulistânia, de apenas 15 pessoas: 1.834 habitantes contra 1.849 eleitores.
Segundo especialistas e integrantes de tribunais regionais eleitorais, essas diferenças podem ser explicadas por defasagem nas estimativas de população, migrações, fraudes ou simplesmente porque pessoas que se mudaram dessas cidades e não transferiram o título para o novo endereço.