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Júri condena Fabrício Arena a 56 anos de prisão pelo duplo crime em Pompeia

Tribunal do Júri realizado nesta terça-feira (14), em Pompeia (SP), condenou o psicólogo Fabrício Buim Arena Belinato por duplo homicídio triplamente qualificado, feminicídio e ocultação de cadáveres.

Marília Notícia

  • 15/06/22
  • 09:00
  • Atualizado há 96 semanas

Fabrício foi preso pela polícia em Campo Grande-MS (Foto: Arquivo/Marília Notícia)
Fabrício foi preso pela polícia em Campo Grande-MS (Foto: Arquivo/Marília Notícia)

Fabrício Buim Arena Belinato foi condenado pelo Tribunal do Júri a cumprir pena de 56 anos e quatro meses de prisão em regime fechado, pelo assassinato da esposa e da enteada em Pompeia (distante cerca de 30 quilômetros em Marília).

O julgamento durou cerca de 8h e terminou com a condenação do acusado por duplo homicídio qualificado. Além de feminicídio, foram consideradas outras três qualificadoras, mais ocultação de cadáver e corrupção de menor. Ou seja, foi acolhida toda a tese de acusação do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).

Para os jurados, ficou comprovado que Fabrício matou a esposa Cristiane Arena Pedrosa, de 37 anos, e a enteada Karoline Vitória, de nove anos. Ambas foram enterradas no quintal da casa onde a família morava. O crime bárbaro foi descoberto no início de fevereiro de 2021, mas teria acontecido quase dois meses antes.

Ao término do Júri, por volta das 17h, o psicólogo foi condenado pelo duplo homicídio com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de duplo feminicídio, dupla ocultação de cadáver e corrupção de menor. Agora, o acusado deve retornar para cumprir a pena na Penitenciária de Tremembé.

A adolescente de 16 anos, que teria envolvimento amoroso com o psicólogo e que foi acusada de participação nas mortes da própria mãe e da irmã, já foi sentenciada pela Justiça a cumprir no máximo três anos de internação.

Cristiane e Karoline mortas em crime bárbaro (Foto: Arquivo Pessoal
Cristiane e Karoline mortas em crime bárbaro (Foto: Arquivo Pessoal

CRIME

Cristiane Arena e Karoline Vitória foram assassinadas e enterradas no quintal de uma residência no bairro Distrito Industrial, em Pompeia.

A mãe estava sob um contrapiso que havia sido feito recentemente para ocultar o corpo. Já a menina em uma cova mais profunda, próximo de uma árvore e uma piscina, sendo necessário o uso de uma escavadeira para retirar o corpo.

As duas estavam desaparecidas desde o fim de 2020. A polícia começou a investigar o caso após receber, através do Conselho Tutelar, denúncia de suposto cárcere privado. Os policiais se dirigiram até o imóvel diversas vezes, até localizarem na residência apenas o homem e a outra enteada.

Os dois afirmaram à polícia que Cristiane havia abandonado a casa junto com Karoline para morar com outro homem. A adolescente teria confirmado a versão de abandono por parte da mãe.

Corpos das vítimas foram enterrados no quintal da casa em que viviam em Pompeia (Foto: João Trentini)
Corpos das vítimas foram enterrados no quintal da casa em que viviam em Pompeia (Foto: João Trentini)

Enquanto Cristiane estava desaparecida, a irmã dela usava as redes sociais para tentar encontrá-la. A mulher chegou a declarar em vídeos que não acreditava que Cristiane tivesse desaparecido. Ela também afirmou que a sobrinha de 16 anos estava se relacionando com o padrasto, o que foi confirmado após a prisão do homem.

Durantes as investigações, os policiais constataram que o padrasto e a enteada tinham movimentado a conta corrente de Cristiane, inclusive sacando dinheiro.

A descoberta gerou desconfiança da polícia, que foi até a residência e notou um novo concreto no quintal, reforçando ainda mais a hipótese de um possível crime.

A adolescente foi apreendida no dia em que os corpos foram localizados. Já Fabrício fugiu e acabou preso em Campo Grande/MS no dia 8 de fevereiro de 2021.

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