"Lidar com as perdas e a dor das famílias são o nosso maior desafio", diz a enfermeira Tatiane Cristina de Souza
Ela é formada pela FEMA e trabalha na UTI da Santa Casa de Assis
Hoje o Portal AssisCity em parceria com a Santa Casa de Assis apresenta mais uma heroína da pandemia da instituição, representando seus profissionais da saúde, do Brasil e de todo o mundo, que estão na linha de frente no combate à COVID-19. São eles que arriscam suas vidas, afastam-se de seus familiares, fazem horas e horas de plantões e vibram quando salvam vidas.
"Ser enfermeira é um sonho que sempre almejei realizar e hoje a profissão representa amor pelo próximo". Assim começa a entrevista com a enfermeira Tatiane Cristina de Souza, 36 anos, que nasceu em São Paulo e mora em Assis.
Formada pela FEMA, com especialização em UTI, Tatiana trabalha na Santa Casa de Assis na linha de frente ao combate à COVID-19 e fala dos desafios da profissão nesse momento de pandemia, sendo o maior deles "lidar com as perdas e a dor das famílias".
Mas, há outros desafios também, nesse momento de pandemia, para a enfermeira que escolheu essa profissão pela "paixão e vontade de sempre ajudar e cuidar do próximo", que se entristece muito ao ver tantas mortes e nunca imaginou passar por esse momento.
"Nunca imaginei viver essa pandemia, mas tenho comigo que tudo tem um objetivo maior. Apesar de ser muito triste e cansativo ver tantas mortes, em contrapartida temos a esperança de dias melhores, e, ao vermos um paciente vencer a doença temos o sentimento de dever cumprido e que todos os nossos esforços valeram a pena", diz a enfermeira Tatiane.
Lidar com o estado emocional daqueles que atuam no combate à pandemia e que estão dentro de uma UTI, também é um desafio para Tatiane e não tem sido fácil, assim como para seus colegas de trabalho: "nossos desafios são diários. Alguns dias mais são mais difíceis, mas carrego comigo a esperança de que tudo vai melhorar. A fé e esperança é o que nos mantém firmes nessa missão de salvar vidas".
Assim vivem os profissionais de saúde hoje. Uma luta diária para salvar vidas, a tristeza de ver pacientes morrendo, a notícia a um familiar da morte de um ente querido, o cansaço de longas jornadas, o medo de se contaminarem. Não bastasse tudo isso, ainda há outro desafio: as restrições ao convívio familiar.
"Meu contato com minha família é raro e nesse momento preciso ser forte para poder lidar com a saudade", assim finaliza Tatiane.