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Órgãos de controle americanos aprovam vacinas da Covid-19 para bebês de 6 meses

Vacinas da Pfizer (foto) e da Moderna foram aprovadas para aplicação em bebês com mais de 6 meses nos EUA

Gazeta do Povo

  • 19/06/22
  • 10:00
  • Atualizado há 95 semanas

Um comitê de conselheiros dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos aprovou neste sábado (18) por unanimidade a aplicação de vacinas para Covid-19 em crianças de seis meses aos cinco anos de idade. A decisão deve ser sancionada pela diretora do órgão, Rochelle Walensky.

Na sexta (17), outra agência de saúde americana, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), havia aprovado o uso emergencial das vacinas contra a Covid-19 fabricadas pelas farmacêuticas Moderna e Pfizer-BioNTech para crianças a partir de seis meses de idade. Nos EUA, a FDA aprova o uso das vacinas e os CDC decidem quem pode tomá-las.

A vacina da Pfizer, de nome comercial Comirnaty, já tinha aprovação para crianças a partir dos 5 anos desde o final de 2021, mas dados federais indicam que somente 29% das crianças nesta faixa etária receberam a vacinação completa para a doença da pandemia até agora. As vacinas da Pfizer e da Moderna são baseadas em material genético viral ribonucleico viral com função mensageira nas células (mRNA). O material microscópico é revestido por gotículas de gordura, as nanopartículas que constituem essas vacinas.

A dose infantil da Pfizer para menores de cinco anos é diluída dez vezes comparada à dos adultos, e o protocolo é de três doses, com três semanas entre a primeira e segunda, e dois meses entre a segunda e a terceira. Os dados da Pfizer, no entanto, são baseados em amostras pequenas. O esquema de vacinação da Moderna é mais rápido, levando um mês e envolvendo duas doses.

Beth Bell, uma médica participante do comitê, disse à agência Reuters que a Covid-19 "mata crianças e temos uma oportunidade de prevenir isso". Falando à Associated Press, outro conselheiro do CDC, Oliver Brooks, disse que "demos um grande passo à frente hoje". Na última sexta, o presidente americano Joe Biden declarou que "começaremos a enviar milhões de doses das vacinas infantis para milhares de locais que os pais conhecem e nos quais confiam — inclusive consultórios e hospitais pediátricos, e farmácias".

O ano escolar deve começar nos Estados Unidos após o verão do hemisfério norte, por isso as autoridades de saúde se movimentam para inocular as crianças antes que voltem à sala de aula. Os conselheiros dos CDC devem se reunir novamente na próxima semana para discutir a recomendação da vacina da Moderna para a faixa etária dos seis aos 17 anos. O efeito colateral da inflamação do coração em jovens do sexo masculino após a aplicação desta vacina é um dos pontos contrários que serão considerados.

Os CDC relatam que 480 crianças com menos de cinco anos morreram desde o começo da pandemia no país, em meio a um milhão de mortos. Apesar de o número ser baixo, outro conselheiro, Matthew Daley, que faz pesquisa no estado do Colorado para o plano de saúde Kaiser Permanente, diz que é recomendável vaciná-las "porque essas mortes são evitáveis".

Cerca de três quartos das crianças americanas já pegaram Covid em algum momento. Os CDC declaram que é bom esperar três meses após a infecção para tomar a vacina, e que a melhor proteção é dada por vacinação em combinação com imunidade natural.

Fauci e Rand Paul discutem no Senado

Na última quinta (16) houve mais um bate-boca entre Anthony Fauci, diretor de um dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos, que aconselha a Casa Branca a respeito da pandemia desde o governo Trump, e o senador Republicano Rand Paul, do estado de Kentucky. Fauci, que participou da reunião da comissão de saúde, educação, trabalho e previdência da casa parlamentar de forma virtual por ter se infectado com Covid após quatro doses da vacina, foi questionado por Paul a respeito da necessidade da dose de reforço para crianças.

"O senhor tem conhecimento de algum estudo que mostre uma redução em hospitalização e morte de crianças que tomam o reforço?", perguntou Paul. "Neste momento não há dados suficientes acumulados, senador Paul, para indicar que este é o caso", respondeu Fauci. "Então não há estudos. E os americanos devem saber disso. Não há estudos sobre crianças que mostrem uma redução em hospitalizações e mortes após tomar a dose de reforço", disse o Republicano, que é um médico oftalmologista.

Rand Paul também questionou conflitos de interesses entre os servidores dos NIH e as farmacêuticas que produzem vacinas e medicamentos que eles regulam. "No período de 2010 a 2016, 27 mil pagamentos de royalties [direitos de propriedade intelectual> foram feitos a 18 mil funcionários dos NIH. Sabemos disso não porque o senhor nos contou, mas porque nós tivemos de forçá-lo a nos contar através da lei de acesso à informação", provocou Paul. "Mais de 193 milhões de dólares foram pagos a esses 18 mil funcionários. (...) O senhor já recebeu pagamento de royalties de uma empresa que depois foi envolvida em receber dinheiro [de impostos> administrado pelo senhor?"

"Não sei ao certo, mas duvido", respondeu Anthony Fauci, que é um dos principais nomes do governo americano em epidemiologia desde a epidemia de aids dos anos 1980. "De acordo com a lei, pessoas que recebem royalties não têm obrigação de divulgá-lo. (...) De 2015 a 2020, (...) meus royalties foram de 21 a 700 dólares por ano, com média por ano de 191,46 dólares".

"É tudo censurado [pelos NIH> nos documentos e não conseguimos nenhuma informação sobre quem são esses 18 mil cientistas. Queremos saber se alguém recebeu dinheiro dos fabricantes das vacinas", rebateu o senador Paul.

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