E que tanto me dói, que tanto sufoca
a ausência vasta daquelas palavras
do beijo roubado tecido em olhares
do abraço apertado e mãos entrelaçadas
E que tanto me dói... que tanto sufoca...
assistir a essas mudanças de pessoas e objetos
e me ver ali, sem qualquer opção de locomoção
presa em uma infinidade de sonhos inconcretos
Saio desesperada a procura dos olhos lúcidos
vendo imagens tão nítidas de um corpo em outro
são meus olhos sustentando as faces da fantasia
permitindo um grito mais alto desse coração rouco
Já não sei mais onde procurar a distração destes
tento então focalizar o ponto final da minha insensatez
revendo as cenas que me trouxeram tantas alegrias
e que hoje aparecem em meus poros com tanta escassez
Não tenho mais o que compreender, é tudo intolerável
nem procurar respostas cujo não intervém em mais nada
resta-me mesmo fechar as cortinas escuras desse palco
e apagar as luzes, sem nenhum aplauso, sem retomada...