Mãe de Catarina Mercadante fala sobre acidente que matou sua filha
Catarina Mercadante, de 22 anos, seguia de Assis a Marília (SP) quando sofreu o acidente em Echaporã (SP). Testemunha contou sobre ultrapassagem irregular e alta velocidade do motorista que atingiu o carro da jovem, que cursava medicina.
A mãe da jovem de 22 anos morta após seu carro ser atingido de frente por uma camionete, em Echaporã, no domingo (29), ainda tenta entender como o acidente aconteceu e espera que o motorista que provocou a batida seja responsabilizado pela Justiça.
Ainda abalada com a morte da estudante de medicina Catarina Mercadante, a empresária Mana Mercadante, de 48 anos, disse em entrevista ao g1 que a filha conhecia bem a rodovia. A jovem seguia de Assis (SP), onde morava, para Marília (SP), cidade onde estudava.
"Era uma menina muito feliz, era muito querida, muito amada. E esse moço levou ela embora. Ela ia toda vez para Marília, ela sabia o caminho", conta.
"Eu quero justiça, eu quero que esse homem vá preso. Ele não poderia ter tirado a vida da minha filha, da minha filhinha que só me deu alegria."
Catarina estava indo para o quarto ano do curso de medicina, segundo a mãe. "Era estudiosa, lutava por tudo, por justiça, não gostava de ver ninguém fazendo injustiça, preconceito, sempre foi a favor da verdade, da justiça", completa.
Ultrapassagem
O motorista da caminhonete que teria feito uma ultrapassagem em trecho proibido na Rodovia Rashid Rayes (SP-333), de 20 anos. Ele prestou depoimento na Polícia Civil nesta terça-feira (31) e foi liberado.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa do motorista, que estava acompanhado de um funcionário no momento da batida. Na ocasião, ele disse à polícia que cochilou ao volante, por isso invadiu a pista contrária e acabou acertando o carro de Catarina.
O motorista da caminhonete ainda contou à polícia que estava cansado no momento do acidente, pois seguiu direto, sem paradas, de Guará (SP) com destino a Londrina (PR). Ele testou negativo para a ingestão de bebida alcóolica.
O funcionário que viajava com o condutor confirmou que viu seu patrão invadir a pista contrária e atingir o veículo dirigido por Catarina. Ambos foram levados ao Hospital das Clínicas de Marília para atendimento médico.
A versão dada por ele para elaboração do boletim de ocorrência contradiz o depoimento do contador, que viu o acidente e foi ouvido pela polícia na investigação sobre o acidente.
A testemunha disse ao g1 que o condutor da caminhonete seguia em alta velocidade e fazia ultrapassagens em trechos proibidos. Inclusive, o carro de sua família foi ultrapassado irregularmente, conforme relatou à polícia. Um vídeo mostra a caminhonete em uma ultrapassagem ilegal momentos antes da colisão.
Segundo a Polícia Rodoviária, o trecho em que aconteceu a colisão está em obras e possui pista simples em ambos os sentidos de tráfego, com faixa contínua, ou seja, situação em que não são permitidas ultrapassagens.
A Polícia Rodoviária foi chamada até o quilômetro 365 da rodovia, por volta das 19h30 para atender a ocorrência. A equipe mobilizada encontrou os veículos batidos de frente no acostamento da estrada.
Equipes de resgate e da concessionária responsável pela pista já estavam no local e a morte de Catarina foi confirmada ali mesmo. Ela chegou a ficar presa às ferragens.
O local do acidente foi periciado e os veículos recolhidos ao pátio da Polícia Rodoviária.
O caso foi registrado inicialmente como homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, e está sendo investigado pela Polícia Civil.