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Mãe e policial Militar contam como Jefferson se tornou o goleiro da Seleção

Jefferson treinava nos campos da Ferroviária de Assis

Redação AssisCity

  • 14/05/15
  • 07:00
  • Atualizado há 467 semanas

O assisense Jefferson Oliveira Galvão é o atual camisa 1 da Seleção Brasileira de Futebol e do Botafogo. O goleiro iniciou a trajetória de jogador nos campos da extinta Associação Atlética Ferroviária de Assis.

Ele veio para a cidade com sete anos e a partir de então sua vida se transformou, até se tornar exímio jogador que a torcida brasileira, e, sobretudo a botafoguense possui carinho.

A família de Jefferson veio para Assis em 1985, eles moravam em São Vicente-SP. Maria Sonia de Oliveira, mãe do atleta e agente de serviço do Fórum de Assis, conta que seu filho é apaixonado por futebol desde muito pequeno.

"Na época do seu aniversário, Dia das Crianças e Natal, vivia com a bola sob os braços, não gostava muito dos outros brinquedos. Achava legal o interesse dele pela bola, mas nunca imaginei que se tornaria o grande goleiro que é hoje", diz.

Aos sete anos de idade, a vida do então menino de São Vicente começou a mudar. Ele jogava futebol com os amigos em campinhos de terra e quadras da cidade, quando foi convidado por um amigo a treinar no campo da Ferroviária de Assis.

"Quando me deparei com o Jefferson percebi que se tratava de um cara diferenciado. Por conta de sua estatura já o coloquei no gol. Ele fazia belas defesas, já mostrava o potencial. Na linha jogava bem também, mas o seu destino era ser goleiro mesmo", conta Clélio Augusto Vieira, cabo da Polícia Militar de Assis e ex-treinador do goleiro.

Clélio conta que dona Sonia, mãe do atleta era temerosa com a possibilidade do Jefferson ser jogador. "Ela tinha receio, mas sempre o buscava e o amigo dele também, o Marcelinho, para os treinos, aos poucos fui convencendo-a", disse.

"Sempre falava: 'Jefferson, em primeiro lugar vem o estudo', ficava brava com ele por toda essa insistência dele em ser jogador, mas meu filho sempre lutou, chegava até chorar quando o reprimia, o professor Clélio foi como um pai. Sempre confiei nele, graças à insistência dele, a Seleção e o Botafogo possuem um brilhante goleiro", deslumbra a mãe.

A mãe do atleta ressalta que o treinador Clélio chegou a trocar o horário dos treinamentos por conta do talento do Jefferson. Uma vez que o técnico o considerava primordial, a equipe não poderia continuar sem a presença dele.

O ex-treinador conta que a Ferroviária sempre disputava competições em outras cidades, quando em um torneio denominado Brasileirinho, em Foz do Iguaçu, olheiros do Cruzeiro pediram informações sobre destaques das equipes que disputavam a competição com o intuito de selecionar jogadores para disputarem um Mundialito em Alegrete - RS.

"No jogo que os olheiros do Cruzeiro estavam, o Jefferson estava na linha, porque o nosso meia-esquerda não pôde ir à competição, e nesta partida perdemos. Diante disso, os observadores da equipe mineira me indagaram e eu disse que o goleiro estava na linha e pedi para chamarem o filho da dona Sonia, pois não iriam se arrepender", conta.

A partir deste ocorrido, aos 14 anos, Jefferson disputou o Mundialito pelo Cruzeiro, depois foi fazer testes na sede do time em Belo Horizonte. "Fui com o Jefferson e mais três atletas no teste. Ele e mais dois passaram. Sinto-me muito feliz por isto", diz.

Depois de integrado à categoria de base do Cruzeiro, Jefferson subiu ao profissional do time sob o comando de Luiz Felipe Scolari, mas não se firmou com a camisa da raposa. Depois foi emprestado ao Botafogo e teve passagem por duas equipes da Turquia, até retornar ao time botafoguense, de onde já era considerado ídolo. Atualmente, ele é um dos maiores goleiros da história da equipe carioca.

"Afirmo que o revelei na infância e o Felipão o lançou no profissional na Copa Libertadores. O Jefferson merece estar onde está, pois é muito competente", lisonjeia-se Clélio.

"Tenho muito orgulho do meu filho. Ele nos ajuda como pode. Ele merece todo o sucesso, a sua batalha foi incessante e continua sendo para se firmar com a camisa do Brasil. Hoje reconheço toda a sua luta para ser o nosso camisa 1 e o jogador que orgulha milhões de brasileiros", diz entusiasmada Maria Sonia.

Jeferson nasceu em 2 de janeiro de 1983 em São Vicente, já passou pelos clubes: Cruzeiro- MG (2000 a 2002), América-SP (2003), Bo­tafogo (2003 a 2005), Trabzonspor-TUR (2005 a 2008), Konyaspor-TUR (2008 a 2009) e Bota­fogo (desde 2009).

Pela Seleção Brasileira, Jefferson foi convocado pela primeira vez em 2010 para um amistoso contra os Estados Unidos e esteve presente no elen­co campeão da Copa Das Confederações de 2013.

Clélio Augusto Vieira

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