Leitor flagra urutau no Centro de Assis
Professor especialista em Zoologia da UNESP de Assis explica os hábitos do animal
Na última quarta-feira, 27, o assisense Matheus Teodoro do Nascimento, de 20 anos, observou próximo ao seu trabalho, na Rua Capitão Francisco Rodrigues Garcia, Centro de Assis, um pássaro Nyctibius griseus, popularmente conhecido como Urutau, que ficou o dia todo em uma placa de trânsito. O fato intrigou o cidadão.
"Eu e o pessoal que trabalha comigo, achamos muito legal o pássaro; a princípio imaginamos que era uma coruja, mas não se mexia, aí pesquisamos na internet e vimos que era um Urutau, um pássaro raro que se camufla como um tronco de uma árvore", conta Matheus.
A equipe de reportagem do AssisCity entrou em contato com o professor doutor em Zoologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Assis, Carlos Alberts, que explicou os hábitos do Urutau.
"O Urutau visto em nossa região é o Nyctibius griseus, uma espécie comum nos cerrados. Embora seja difícil de ser visualizado por causa do seu hábito de mimetizar, onde fica estático como um tronco de uma árvore, em uma posição que aparenta ser uma continuação, mas sem os galhos da árvore. Ele se alimenta principalmente de insetos e possui hábitos noturnos. A sua mimetização é fundamental para capturar suas presas e importante também para se esconder de seus predadores, alguns felinos e aves de rapina", explica.
Para o professor, o fato do animal ser visto na zona urbana é um alerta a respeito da degradação ambiental. "O Urutau depende de um ambiente equilibrado, a monocultura, principalmente os canaviais e as plantações de soja, que fazem com que reduza o seu ambiente, pois não há árvores para eles ficarem. Em muitos casos, as cidades passam a ser um reduto, pois às vezes existem mais árvores do que em algumas zonas rurais, embora Assis, seja uma cidade pouco arborizada", explica.
O especialista em Zoologia explica ainda que o canto do Urutau é muito bonito e que a sua sonorização é um evolução para evitar que o predador o veja. O som é ouvido, mas difícil de ser percebido a origem. Somente os animais da mesma espécie podem distinguir de onde vem, o que serve também para que outros urutaus machos não se aproximem porque o canto é para marcar território.
Faça como o Matheus, que nos sugeriu esta reportagem. Se você observar algo que lhe agrada, mande um texto, um vídeo ou uma fotografia. O leitor enviou os fotos do Urutau pelo WhatsApp, cujo número é (18) 99800-4144.