Alunos da Escola Clybas exercem cidadania através do Gremio Estudantil

A Escola Estadual Dr. Clybas Pinto Ferraz está na reta final do processo de eleição do Grêmio Estudantil. Várias etapas já foram concluídas, como por exemplo, inscrições das chapas, entrega dos planos de ação e campanha eleitoral.

No dia 4 de abril foi realizada a eleição do grêmio estudantil nas dependências da escola. O projeto de Grêmios Estudantis é uma das metas da Secretaria de Educação do Estado (SEE) para este ano. A escola Clybas vê as atividades dos gremistas como um progresso para o civismo estudantil.

O objetivo é criar um ambiente democrático na escola, fomentar o debate entre alunos, promover a liderança e o protagonismo juvenil, executar boas práticas e desenvolver ações que envolvam toda a escola: gestores, professores, funcionários e alunos, inclusive aos finais de semana, nas escolas que possuem o Programa Escola da Família.

O Grêmio Estudantil é uma tradição no País desde 1937 com a criação da UNE (União Nacional dos Estudantes). Os alunos utilizaram-se dos mais diversos recursos para viabilizar as propostas das chapas, tais como cartazes, mídias sociais, vídeos, debates e explanação de ideias.

O chefe de Cartório da 15ª Zona Eleitoral, Misael da Silva Maia, os funcionários Almira Rodrigues e Arlindo Rodrigues trouxeram as urnas eleitorais originais e foi criada uma simulação de eleição real. Os alunos ficaram muito entusiasmados.

TRADIÇÃO

A Escola Clybas tem tradição na eleição dos grêmios estudantis. A estudante Helenira Rezende, líder estudantil e ex-vice-presidente da UNE, jogadora de basquete e praticante do atletismo, conhecida como "Preta" pelos colegas de militância e da universidade e reconhecida por sua capacidade como oradora, foi aluna da escola Clybas e iniciou sua vida política no grêmio estudantil da escola.

Presa durante o XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, 1968. Do ônibus que a transportava junto com outros estudantes presos, conseguiu entregar um bilhete a um transeunte que avisava sua família de sua prisão, o que impediu que fosse dada como desaparecida. Transferida do Presídio Tiradentes para o DOPS, foi jurada de morte pelo delegado Sérgio Fleury, figura máxima da repressão policial à resistência à ditadura militar. Integrante do Destacamento A da guerrilha, onde usava o nome Fátima, Helenira fazia parte de um grupo emboscado por fuzileiros navais em 29 de setembro de 1972. Ferida no tiroteio e metralhada nas pernas, recusou-se a entregar a localização dos companheiros aos militares e foi torturada e morta a golpes de baioneta.

"A eleição do grêmio e o apoio dos educadores é condição para a educação do estudante como cidadão, uma vez que assumir a responsabilidade de participar de um grêmio como representante de seus pares na escola estimula o protagonismo juvenil na lógica da gestão democrática, transforma as formas de lidar com o cotidiano de suas tarefas e promove inúmeras possibilidades de mudanças no cenário social ", afirma a vice-diretora do Programa Escola da Família e Mediadora Juliana Del Gobbo.