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Após 3 cirurgias, usuaria do SUS perde auxilio do INSS e recorre à Justica para fazer ressonância

Fátima Aparecida da Silva também teve o auxílio doença cortado pelo INSS

Redação AssisCity/ Fotos: Divulgação

  • 15/12/17
  • 09:00
  • Atualizado há 332 semanas

A assisense Fátima Aparecida da Silva está passando por maus bocados para conseguir voltar ao trabalho e seguir com a sua vida normalmente. Após realizar três cirurgias nos ombros e ainda sofrer com os movimentos prejudicados, ela enfrenta uma luta na Justiça para conseguir uma ressonância magnética e finalmente melhorar.

"Há cerca de três anos comecei a sentir as primeiras dores. Eu trabalhava com limpeza para uma empresa terceirizada, quando os braços começaram a repuxar muito forte. Consegui marcar a consulta e fui atendida na Santa Casa. Na época, as dores eram piores do lado esquerdo e o médico decidiu que deveria operar, mas não melhorou. Foi quando começou a doer também o lado direito e também fizemos a cirurgia. Como o esquerdo ainda não tinha ficado bom, o médico operou novamente, mas quando ele falou que precisaríamos operar o direito de novo, decidi que era hora de procurar outra alternativa", afirma.

Fátima conta que as cirurgias foram feitas baseadas em exames de ultrassom, porque ela não conseguiu fazer a ressonância magnética nos ombros.

"Há três anos que estou lutando contra esse problema nos ombros, mas depois de três cirurgias sem melhoras, eu fui obrigada a entrar na Justiça para tentar conseguir um exame de ressonância para os dois braços. Na época, o médico da Santa Casa não liberou o laudo que eu precisava e decidi entrar com o pedido das duas ressonâncias, além de solicitar também o especialista, para avaliar o que está acontecendo comigo. Tanto que o médico que me atendia na Santa Casa me transferiu para o Centro de Especialidades, mas já me disseram que era para eu esperar os dois anos até que conseguisse o exame e só depois faria meu tratamento no Hospital Regional. A ressonância é importante porque o ultrassom não indica rompimento no tendão, por exemplo, e assim é difícil saber qual é o meu problema e o que precisa ser operado", afirma.

Sem poder trabalhar, por conta do problema de saúde, Fátima deu entrada ao auxílio doença, mas foi cortado pelo INSS.

"Juntamente com tudo isso, o INSS cortou meu auxílio doença e, se não fosse pela minha mãe, eu estaria na rua. Tive que pedir os exames de ressonância e o laudo, que o médico da Santa Casa não me ofereceu, até hoje não sei o porquê , para tentar reunir mais documentação e apresentar novamente ao INSS, porque o perito acha que estou apta para trabalhar, mas meus movimentos dos braços são limitados por conta da dor e do incômodo. Sem contar que o problema piora, porque acaba forçando a coluna, os joelhos, sem dizer o nervoso que estou sentindo. Chega no final do dia, os braços queimam, doem, ficam inchados, e não tenho condições de continuar trabalhando, sendo que isso era o que eu mais queria. O problema é que a empresa vê que não tenho condições de trabalhar, enquanto o perito acha que sim, e ai fico sendo jogada de um lado para o outro sem saber o que fazer. Já estou com uma dívida enorme e sem poder pagar as contas que chegam, o que está sendo ainda mais desesperador", salienta.

O caso de Fátima agora está dependendo do juiz, que pediu mais detalhes ao perito antes de liberar o exame.

"Existem laudos que já constatam o problema da Fátima , mas que não foram o suficiente para o perito ainda. Em vista da piora depois da cirurgia, ela precisaria passar por um especialista em articulação do ombro, mas que o SUS também não liberou, e por isso entrei com a ação. O juiz pediu que a perícia fosse feita em São Paulo e o perito sugeriu que a ressonância precisa ser feita. Porém, em vez do Poder Judiciário encaminhar os quesitos que formulei para o perito responder, essas perguntas não foram para São Paulo, e por isso o juiz pediu mais detalhes sobre o processo. O problema é que o Setor Público demora meses para dar algum retorno e enquanto isso a Fátima fica à deriva", afirma Helder Francelino Soares, advogado de Fátima.

Quanto ao questionamento de Fátima sobre o laudo que não foi entregue na Santa Casa de Assis, a OSS informou que "A Organização Social de Saúde Santa Casa de Misericórdia de Assis informa que a paciente vem recebendo atendimento especializado, por meio de médico ortopedista, que é responsável pela indicação de procedimentos e exames necessários ao adequado tratamento da paciente. Quanto ao laudo médico, como o próprio nome já diz, este é documento que deve ser elaborado e fornecido pelo médico responsável pelo tratamento, sendo que basta que o paciente o solicite no ato da consulta. Além disso, se o paciente desejar, pode obter informações completas sobre seu histórico de tratamento no Prontuário Médico, que fica arquivado no setor de Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME)".

Já a Assessoria de Imprensa do INSS informou que "Em atenção ao caso da sra. Fátima Aparecida da Silva, esclarecemos que a segurada recebeu auxílio-doença de 12/11/2014 a 22/2/2017, quando o benefício foi encerrado pela perícia médica do INSS, que a considerou apta para o retorno ao trabalho. Destacamos também que, apesar do encerramento do auxílio, o médico perito do INSS emitiu uma comunicação ao médico do trabalho da empresa, sugerindo que a sra. Fátima evitasse o trabalho em algumas atividades que ela teria dificuldades em desempenhar. Informamos ainda que a segurada não entrou com recurso para contestar a decisão da perícia médica, o que poderia ser feito no prazo de 30 dias após tomar ciência do resultado", conclui.

Fátima Aparecida da Silva

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