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Você come por ansiedade e compulsão?

  • 19/11/14
  • 13:00
  • Atualizado há 492 semanas

Nos momentos de ansiedade e nervosismo, muitas pessoas recorrem a uma combinação perigosíssima em relação à comida: a busca por alimentos não saudáveis e em excesso. O comer compulsivo consiste na ingestão exagerada de alimentos, mesmo quando não são necessários.

Essa compulsão vem, geralmente, acompanhada de uma sensação de falta de controle sobre seus hábitos alimentares, além de sentimentos de culpa e vergonha. Quase todas as pessoas com esse transtorno são obesas e apresentam história de variação de peso. Além disso, são propensas a vários problemas médicos graves associados à obesidade, como o aumento do colesterol, hipertensão arterial e diabetes. Além desses problemas, a fome emocional afeta a autoconfiança e a auto-estima, pois ela se torna um ciclo vicioso. Quanto maiores as dificuldades na vida, mais a pessoa usa a comida como ponto de fuga e, a partir disso, as dificuldades aumentam. Assim, trilha-se um caminho muito perigoso e, às vezes, sem volta.

Quando o mal é uma doença

É como se fosse uma droga. Um vício em forma de bolos, doces, massas, frituras, biscoitos. A comida é uma inimiga e a cozinha, o caminho mais curto para se chegar ao fundo do poço. O mal pode ser uma doença, e tem nome: transtorno de compulsão alimentar. O transtorno do comer compulsivo é encontrado em cerca de 2% da população em geral. Embora a maioria seja de mulheres entre 20 e 30 anos de idade, a doença também faz outras vítimas: homens e mulheres, jovens ou não. Pesquisas demonstram que 30% das pessoas que procuram tratamento para obesidade ou para perda de peso são portadoras de transtorno do comer compulsivo. O primeiro sinal do distúrbio, na maior parte das vezes, é visível no corpo. A silhueta fica cada vez mais redonda e a balança acusa um ganho de peso contínuo. Na verdade, os estudos sobre o transtorno de compulsão alimentar periódica são recentes. Os primeiros datam de 1994. Desde então, pesquisadores já descobriram, por exemplo, que os assaltos à geladeira ocorrem a partir do fim da tarde e seguem noite adentro.Uma das hipóteses para a preferência de horário é que o compulsivo tem mais privacidade em casa do que em outros locais, como o trabalho. Longe dos olhares dos colegas e de amigos, não passa vergonha por causa do exagero.

Muitas pessoas relatam que a raiva, a tristeza, o tédio, a ansiedade e outros sentimentos negativos podem desencadear os episódios de comilança

O traço mais marcante dos comedores compulsivos é a ansiedade e a tendência à depressão. São pessoas com sentimento de culpa, remorso, vergonha e solidão. A comilança descontrolada é causada, na maior parte dos casos, por distúrbios emocionais, e não adianta recorrer a regimes radicais. O período de abstinência dura pouco, e um alimento tentador ou uma situação que mexa com as emoções pode desencadear a compulsão novamente. Desconhecer o que acontece é derrota quase certa na balança. Como não emagrece, cresce a ansiedade, que leva a novos ataques de comilança. As invasões às escondidas aos armários da cozinha nunca são em busca de vegetais. São sempre por alimentos ricos em carboidratos, como doces, massas, ou gorduras, como chocolates. Uma das hipóteses é que a ingestão desses alimentos possa, eventualmente, reduzir a ansiedade e a depressão, proporcionando um conforto momentâneo.

Tem saída?

A obesidade associada ao transtorno de compulsão alimentar periódica tem solução: um tratamento com uma abordagem multidisciplinar que pode incluir psiquiatra, endocrinologista, nutricionista e psicólogo. O objetivo do tratamento é o controle dos episódios de comer compulsivo através de técnicas cognitivo-comportamentais e de um acompanhamento nutricional para restabelecer um hábito alimentar mais saudável. A psicoterapia dinâmica ou a interpessoal podem ajudar o paciente a lidar com questões emocionais subjacentes. O acompanhamento clínico faz-se necessário pelos riscos clínicos da obesidade. As medicações antidepressivas têm se mostrado eficazes para diminuir os episódios de compulsão alimentar e os sintomas depressivos.

É esse mesmo o seu caso?

Antes de tudo, pare e pense. Analise sua vida e veja se é realmente esse o seu caso. Se você já tentou todas as dietas e nada deu resultado, procure um médico de confiança e converse com ele sobre essa doença. Como você viu, existe saída para os casos extremos de compulsão alimentar.

"Posso encontrar a saída por conta própria?"

Sim, claro que pode. Força de vontade é algo que se conquista e se desenvolve dentro da gente. Então, se você está disposto a tentar sozinho, vamos a algumas dicas valiosas para te ajudar.

É importante não permitir que a ansiedade interfira na sua alimentação. Procure se alimentar em lugares calmos, sentado, sem distrações como a televisão ou livros. Nesses momentos, é necessário analisar o quanto a alimentação poderá resolver os seus problemas. Não "pule" nenhuma refeição proposta. A alimentação deve ser fracionada durante o dia, garantindo maior saciedade e possibilitando melhor controle metabólico e nutricional. Para tudo o que nos propomos a fazer é necessária a disciplina, para que dê resultados positivos. Isso é com um trabalho, nos estudos, nas relações pessoais. Com a alimentação é a mesma coisa. Sem disciplina e sem a consciência de que a alimentação correta trará bons resultados para a sua aparência e para a sua saúde, dificilmente consegue-se atingir o objetivo proposto. A boa notícia: você tem o poder de controlar o que ingere. Se nada der certo, mais uma vez: busque ajuda dos profissionais nas áreas indicadas acima. Alegre-se: há solução!

*Mônia Fadel

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