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Professor da ETEC faz análise sobre conflito Hamas x Israel: à luz da Geopolítica

  • 09/10/23
  • 09:00
  • Atualizado há 28 semanas

Por Professor Thiago Hernandes

Nas primeiras horas do último sábado, dia 7 de outubro de 2023, o mundo acordou sobressaltado ao tomar conhecimento dos ataques promovidos pelo grupo HAMAS ao sul do território do Estado de Israel.

Tido como um dos países mais seguros do mundo pelos altos investimentos em segurança preventiva contra atentados terroristas, pode-se dizer que o Estado de Israel foi surpreendemente invadido. Perplexos, muitos se perguntam como isso pode ter ocorrido? O poderio bélico e tecnológico das forças de segurança de Israel é internacionalmente reconhecido pela eficácia em suas ações.

Inicialmente, é necessário esclarecer alguns dados relevantes sobre o Estado de Israel, o povo Palestino e o próprio HAMAS. Israel é um país territorialmente pequeno e jovem de criação. Criado formalmente em 1948, como reflexo da medida de partilha do território da Palestina proposta pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1947.

Professor Thiago Hernandes
Professor Thiago Hernandes

Por outro lado, a Palestina é uma região mais antiga. Foi sobre o seu território que o Estado de Israel foi assentando. Tendo posição geográfica estratégica, um ponto de confluência entre o Ocidente e o Oriente, foi conquistada e controlada por vários povos, dentre os quais citamos o Império Otomano até o final da 1ª Guerra Mundial. Após, esteve sob controle do Mandato Britânico da Palestina até o final da 2ª Guerra Mundial.

Em relação ao HAMAS, surgido em 1987, seu nome é uma sigla que significa Movimento de Resistência Islâmica, tendo sua conexão com a vertente Sunita do Islã. Como o próprio nome diz, tem a ver com a luta da comunidade palestina para existir; ter suas demandas supridas - dentre elas ter seus territórios recuperados (perdidos para Israel ao longo de décadas por guerras e movimentos israelenses que expulsaram palestinos de suas terras). Com o passar dos anos o HAMAS foi se tornando uma força política e militar e desde meados dos anos 2000, controla a política da região da Faixa de Gaza.

Mas o que é a Faixa de Gaza? A Faixa de Gaza é um minúsculo território (menor que o município de Assis-SP, por exemplo) onde vivem cerca de 2,2 milhões de habitantes, sendo uma das áreas mais densamente povoadas do mundo!

A Faixa de Gaza é um dos territórios remanescentes da Palestina original que é atualmente ocupada por Palestinos em sua maioria e que em conjunto com a Cisjordânia, luta para reanexar território e ampliar áreas, além do reconhecimento internacional como Estado Nacional soberano.

Nesse cenário de guerra é preciso atentar para as diferentes narrativas que se apresentam. Do lado Israelense, a argumentação para sustentar os inúmeros ataques aos palestinos e as invasões a terras em que se encontram é que tais medidas além de enfraquecer grupos terroristas/extremistas existentes nestas áreas, são atos essenciais para a continuidade da existência do Estado de Israel. Por sua vez, o HAMAS justifica suas ações com base nas múltiplas políticas ofensivas israelenses contra a Palestina praticadas por décadas desde a criação do Estado judeu.

No meio de todo este cenário de enorme instabilidade e brutalidade, agentes internacionais de diferentes vertentes, polarizadas por EUA e Rússia (ambos com seus aliados), adentram neste, como em outros conflitos, mais como manipuladores, condutores e muitas vezes "alimentadores" de situações que só resultam em mais mortes, perdas, destruições.

Não obstante a uma preocupação generalizada, muitos questionam sobre uma eventual 3ª Guerra, bem como qual a duração desse conflito. Não há uma resposta pronta considerando os agentes envolvidos e a própria dinâmica geopolítica. Vale observar o conflito Rússia x Ucrânia. Quanto a uma 3ª Guerra aos moldes da 1ª e da 2ª, visto que os resultados/efeitos seriam catastróficos ante ao poderio bélico nuclear de diversos agentes internacionais na atualidade, ouso dizer ser inexistente.

Os embates entre palestinos e judeus é uma constante. Lutam por ódio, por intolerância religiosa, por poder territorial, entre outros. No meio de tudo isso, temos os cidadãos comuns, pessoas que como eu e você querem tão somente existir, trabalhar, estudar, enfim, viver uma vida dentro dos chamados parâmetros da normalidade.

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