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Estudo indica que Paraguaçu poderá ficar sem água até 2015, gerente da Sabesp discorda

Segundo o gerente da Sabesp, Edison Augusto Ribeiro Lopes, esse estudo não preocupa a Sabesp, que tem investido no sistema.

Redação Paraguacity

  • 28/03/11
  • 00:00
  • Atualizado há 685 semanas

Das 56 cidades da região de Presidente Prudente, 25 (44,6%) poderão ter déficit no abastecimento de água a partir de 2015. Para evitar tal situação, 24 precisam de adequações no sistema existente e uma, Osvaldo Cruz, necessita de novo manancial. Os dados fazem parte de um levantamento inédito no País, coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA), chamado Atlas Brasil - Abastecimento Urbano de Água.

A pesquisa, que foi divulgada na última semana, reúne informações detalhadas sobre a situação dos 5.565 municípios brasileiros com relação à disponibilidade hídrica dos mananciais, capacidade dos sistemas de produção de água, bem como recursos necessários para garantir a oferta de água à população até 2025.

Os 24 municípios que devem fazer adequações até 2015 para garantirem o abastecimento até 2025, possuem manancial isolado ou próprio, ou seja, seus sistemas não têm interligação com o de outros municípios. 23 retiram água do subterrâneo, através de poços artesianos e uma, Paraguaçu Paulista, possui manancial superficial misto, o que significa que busca água em rios, córregos, lagos.

Segundo a assessoria de comunicação da ANA, todas essas cidades têm disponibilidade de água, mas precisam de melhorias em seus sistemas de captação e distribuição para viabilizar o fornecimento.

Devido a essa diferença de manancial (subterrâneo e superficial), Paraguaçu faz parte de um rol de 46 cidades do Estado que juntas precisam investir R$ 209,09 milhões na adequação do sistema. Segundo o gerente da Sabesp, Edison Augusto Ribeiro Lopes, essa situação não preocupa a Sabesp, que tem investido no sistema.

"Eu não vejo essa situação em Paraguaçu, mesmo porque a Sabesp vem investindo e vai investir mais na questão da captação, com melhoria do sistema, e também na melhoria do sistema de reservação e distribuição. O nosso manancial, o Ribeirão Alegre, a gente não retira a totalidade dele", explica Lopes.

Somente neste ano, de acordo com Edison Augusto Ribeiro, a intenção da Sabesp é investir mais de R$ 400 mil na compra de equipamentos como conjunto de moto bomba e quadro de comando.

Além deste investimento, o gerente da Sabesp, ainda esclareceu que não há motivo para alarde já que o próprio balneário que será reconstruído possuirá um grande espelho d'água e servirá como uma reserva estratégica de água para Paraguaçu. Ainda, a Sabesp possui um estudo para perfuração de um poço caso seja necessário.

Para o presidente da Ong Salvar, Humberto Brisolla, a situação não é tão favorável, já que não há um projeto constante de preservação das nascentes e plantio de mata ciliar do Ribeirão Alegre. Brisola ainda ressaltou que não acredita que ocorra a falta de água, mas a diminuição grande no abastecimento.

"Corre-se o risco da diminuição do abastecimento porque esses rios e riachos que ficam nas propriedades rurais acima da represa não é feita corretamente a manutenção, a preservação desses rios, consequentemente aumenta o assoreamento e essa diminuição da água", ressalta.

Humbero ainda lembrou que, não existe no município, além do trabalho da própria Ong, nenhum projeto de preservação e reflorestamento próximo ao rio. Segundo o presidente da Ong, existem ações no Ministério Público que dizem respeito a degradação do principal manancial de abastecimento da cidade.

CIDADES

As 23 cidades que deverão investir para não correr o risco de ficar sem água são Adamantina, Alfredo Marcondes, Álvares Machado, Anhumas, Caiabu, Emilianópolis, Euclides da Cunha Paulista, Flora Rica, Flórida Paulista, Iepê, Inúbia Paulista, Nantes, Narandiba, Pirapozinho, Presidente Bernardes, Quatá, Regente Feijó, Ribeirão dos Índios, Rosana, Santa Mercedes, Santo Anastácio, Taciba e Teodoro Sampaio.

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