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Santa Casa de Ourinhos fecha 9 leitos e população reclama da espera por vaga

Redução no número de leitos no Pronto Socorro aconteceu por falta de acordo com prefeitura, que não renovou contrato com a instituição. Câmara faz CPI para investigar contrato com instituição.

G1 Bauru e Marília

  • 17/10/17
  • 15:00
  • Atualizado há 334 semanas

A população de Ourinhos (SP) que necessita de atendimento médico de urgência reclama da espera por vagas no Pronto Socorro da Santa Casa. Muitos deles relatam demora acima do normal nas transferências entre as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e o PS da instituição.

Um dos casos é o da dona de casa Ianca Tainá Balbino, que conta ter conseguido a transferência da mãe com anemia profunda para a Santa Casa somente 13 horas depois do primeiro atendimento na UPA. Mas, como o hospital não tinha leito, a mãe de Ianca precisou passar a noite em uma poltrona.

"É muito difícil a gente ver essa situação, minha mãe sofrendo, só que não é só ela, tem muita gente sofrendo também e sem atendimento", reclama a dona de casa.

Essa demora na liberação de leitos coincide com o fechamento, desde o último dia 10, de nove leitos de Pronto Socorro da unidade, fruto da falta de renovação por parte da prefeitura de um contrato no valor de R$ 92 mil mensais. Agora, são apenas quatro leitos disponíveis para serem regulados pela Cross, a central estadual de regulação de vagas.

Diante da situação, uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi instaurada pela Câmara de Vereadores da cidade para apurar todos os repasses e contratos com a Santa Casa, além do gerenciamento de vagas entre a UPA e a unidade. O Ministério Público de Ourinhos informou que também está investigando o caso.

O prefeito de Ourinhos, Lucas Pocay (PSD), alega que a medida foi tomada por conta de uma "melhor composição do orçamento" e que a população não sofrerá prejuízos. Segundo ele, há resoluções que obrigam a Santa Casa, considerada uma unidade de referência na região, a receber pacientes de média e alta complexidade.

"Não entramos em consenso sobre valores, mas o atendimento segue normalmente. O paciente não pode ficar além de 24 horas na UPA. Se tiver iminente risco de morte ou intenso sofrimento, ele será encaminhado para a Santa Casa como vaga-zero, ou seja, independente de ter ou não leito, a instituição é obrigada a receber", explica o prefeito.

Segundo Pocay, a Santa casa recebe mais de R$ 400 mil mensais da prefeitura, além de quase R$ 2 milhões do governo federal.

Em nota, a Santa Casa afirmou que os nove leitos do PS foram fechados porque a prefeitura não renovou o contrato de R$ 92 mil. Diz ainda que não está negligenciando atendimento e que negocia a situação com a administração municipal.

Santa Casa de Ourinhos

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