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Mais escolas paulistas de tempo integral: e o ensino integral?

Wendrell Gomes

  • 26/05/24
  • 08:00
  • Atualizado há 3 semanas

Por meio da Portaria GSE/COPED/CISE/CITEM N.º 1, de 10 de maio de 2024, que dispõe sobre o processo de adesão das escolas para o Programa de Ensino Integral, entre outros itens, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) continua trabalhando numa perspectiva medíocre.

Essa visão equivocada, por parte dessa instituição, sobre necessárias mudanças para a educação, está fundamentada no fato de aumentar a quantidade de escolas em tempo integral, mas sem dar uma qualidade integral (adequada infraestrutura, recursos, materiais etc.) àqueles que estão relacionando-se nesse ambiente escolar.

Para acrescentar, existe uma grande diferença entre assegurar o tempo de permanência integral dos estudantes na escola, de assegurar o bom aproveitamento desse tempo de permanência integral dos estudantes na escola. Por isso, essa iniciativa descumpre a perspectiva qualitativa, prevista pela Base Nacional Comum Curricular, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e Plano Nacional de Educação.

Ainda nessa portaria, menciona-se a priorização de escolas localizadas em regiões de vulnerabilidade socioeconômica para a adesão a esse programa. Entretanto, facilita e promove quaisquer outras escolas a essa adesão, visando a padronização sistêmica das unidades escolares.

Pela padronização, o PEI, em suas diretrizes e demais objetos legais, submete os professores à Avaliação 360, de prerrogativa do diretor, que também é avaliado. Como consequência disso, os profissionais da Educação podem ser, facilmente, punidos, caso não atinjam metas, realizem propostas ou sigam as ideias do "secretário que ninguém vê."

Enfim, é esperável que, pelo aumento desse modelo de escola, o secretário tenha mais controle sobre os cumprimentos das medidas impostas pela sua gestão. Para isso, garantindo o uso demasiado de aplicativos e plataformas digitais, bem como obrigar professores a ensinarem conteúdos relacionados ao interesse da sua gestão.

Contudo, manifesta-se, absolutamente, uma tendência pedagógica tecnicista, que constrói um aluno depositário e passivo. Isso, pelas práticas controladas em todo o seu entorno escolar, a fim de formar mão de obra especializada para o mercado de trabalho. E, assim, possa ser bastante alienado para aceitar a sua realidade, sem crítica ou indignação para mudá-la.

*este texto não representa a opinião do Portal AssisCity e é de responsabilidade do seu idealizador

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