Lucas Thomas Menk: o eterno Grupinho
Hoje contaremos um daqueles capítulos clássicos de histórias de amor com uma cidade
Fernando Nascimento
- 27/04/23
- 10:00
- Atualizado há 5 semanas
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Hoje contaremos um daqueles capítulos clássicos de histórias de amor com uma cidade: migrantes que chegam, fincam raízes, prosperam e trabalham com afinco pela comunidade, de forma que todos se beneficiem.
O sorocabano Lucas Thomaz Menk, primogênito de uma família de ascendência alemã, desembarcou por aqui, com sua esposa Isabel Maria Plens, em 1920. Pioneiro desbravador de sertões, homem firme, honrado e honesto, praticou a hospitalidade generosa e amiga, ajudando aos presos e colaborando com a Santa Casa, asilo, igreja e outros lugares.

O ano era 1942. Fazia apenas alguns meses que o prédio do primeiro grupo escolar da cidade, o Dr. João Mendes Júnior tinha sido inaugurado. A cidade já contava com uma população de quase 25 mil habitantes, e já se tornava necessária uma nova escola, pois o número de crianças em idade escolar aumentava e o Grupão já não comportava a quantidade de novos alunos.
Ideia na mesa, recorreu-se aos préstimos do Sr. Lucas. Com seus 62 anos, dos quais 22 em Assis, ele doou o terreno, parte da chácara que possuía, no centro da cidade, para a construção da escola, que foi inaugurada no mesmo ano do falecimento de seu benemérito patrono, em 1952. Por questões óbvias, seu nome foi dado ao novo grupo escolar da cidade, em uma justa homenagem autorizada pelo governo do estado. Escola carinhosamente apelidada de "Grupinho". Seu primeiro diretor foi José Bolfarini.

Uma rápida pesquisa em redes sociais de memórias sobre Assis, podemos observar o quanto o Grupinho foi importante na vida de muitas pessoas. Desde a disciplina (rígida) e o civismo, até aos lanches de pão com doce-de-leite e sorvetes de sagu (segundo relatos, os únicos da cidade) do Bar do Seu Geraldo, que ficava em frente à escola, a saudade e a gratidão são evidentes, nas palavras de vários senhores e senhoras que frequentaram do "prezinho" ao 4º ano primário, ou até o 8º ano, no EEPG Thomaz Menk. Sem esquecer do carrinho de doces de uma senhora que fazia um doce de açúcar, que o pessoal chamava de "martelinho".

No ano de 2002, graças ao convênio assinado entre o Estado e o Município, a E.E. "Lucas Thomas Menk" passou a denominar-se EMEIF "Lucas Thomaz Menk ". Em 2014, o primeiro prédio, já deteriorado, começou a dar lugar a um novo espaço, que seria inaugurado em fevereiro de 2019. O novo prédio, com cerca de 3.500 m², abriga mais de 600 alunos do ensino fundamental, que recebem, diariamente, além de todo o conteúdo pedagógico, noções de cidadania e outras disciplinas necessárias à formação de cidadãos mais conscientes de sua atuação na sociedade.

Na cerimônia de inauguração, estavam presentes, além de alunos e autoridades, os familiares do patrono da escola, entre eles os netos Lucas Rogério Menk, filho de Quirino Menk, Deodato Menk Cintra, filho de Madalena Menk, Ivanes Menk, filha de Deolindo Menk. Uma curiosidade da ocasião, foi a confirmação de que o sobrenome Thomas era realmente grafado com S no final.
Do prédio antigo, foram iniciadas tratativas para a instalação de uma unidade do SENAI, após uma necessária reforma. Aguardemos.
Ficam as memórias, a saudade e a satisfação de uma história de amor com Assis, não só pela atuação do patrono da escola, mas de tantas pessoas que ali estudaram, cresceram, e também ajudaram Assis a crescer.

De Lucas Thomas Menk devem ser imitadas as suas virtudes: coragem, altruísmo, civismo, hospitalidade e honradez.
Que os próximos anos nos reservem mais coisas boas.
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