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Número de bancários doentes dispara em oito anos, alerta Sindicato

O levantamento refere-se apenas aos bancários afastados pelo INSS

  • 10/02/19
  • 17:00
  • Atualizado há 271 semanas

Dados obtidos no INSS revelam que de 2009 a 2017, a quantidade de trabalhadores de bancos afastados por transtornos mentais cresceu 61,5%. Mais de 50% dos casos referem-se a transtornos mentais e enfermidades relacionadas a lesões por esforço repetitivo.

Analisando as condições de trabalho dos bancários e o seu perfil de adoecimento ocupacional ao longo dos anos, é possível compreender esses dados que são apresentados e reforçar a relação entre esses adoecimentos e o trabalho bancário. O alerta é do Sindicato dos Bancários de Assis e região.

"O levantamento reforça que a categoria bancária está adoecendo cada vez mais, e os motivos são aqueles que nós estamos cansados de alertar e denunciar: sobrecarga de trabalho, pressão para o cumprimento de metas abusivas e assédio moral. Tudo isso objetivando o aumento da lucratividade cada vez maior das instituições financeiras, o que só favorece os acionistas e diretores executivos dos bancos, em detrimento da saúde de milhares de trabalhadores", afirma o secretário geral da entidade, Fabio Escobar.

Importante frisar que o levantamento refere-se apenas aos bancários afastados pelo INSS. Os dados desconsideram os trabalhadores que não tiveram o benefício concedido e os que mesmo doentes nunca acionaram a Previdência. Portanto, os números podem ser ainda maiores. A exclusão desses empregados dos números oficiais é chamada de subnotificação.

Os bancos respondem por apenas 1% dos empregos no Brasil, mas foram os responsáveis por 5% do total de afastamentos por doença no país, entre 2012 e 2017. Os dados são do Ministério Público do Trabalho.

"Desde 2016, quando Michel Temer tomou o poder, o governo federal vem anulando milhares de auxílios previdenciários e aposentadorias. Os pensionistas que não apresentam sequelas aparentes, como é o caso das pessoas que sofrem de doenças psicossomáticas, são os mais prejudicados pela política de revisão dos benefícios. O governo Bolsonaro já mostrou que irá continuar com essa política. Além disso, o atual governo extinguiu o Ministério do Trabalho, justamente a pasta responsável por fiscalizar e penalizar empresas que impõem más condições e jornadas degradantes aos seus trabalhadores", ressalta Escobar.

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