Bancários manifestam contra MP 905 que ataca direitos dos trabalhadores
COLUNISTA - Sindicato dos Bancários de Assis e Região
Nesta quinta-feira, 21 de novembro, bancários de Assis retardaram a abertura das agências em
uma hora em manifesto contra a Medida Provisória 905 que revoga a lei 4.178, de 1962, onde proíbe a abertura de agências bancárias aos sábados. De acordo com o Sindicato dos Bancários, além de tirar o descanso aos sábados, a MP de Bolsonaro também permite que a categoria trabalhe aos domingos e feriados.
"O governo atual para comemorar seu primeiro ano de administração e os dois anos de reforma trabalhista editou essa medida provisória que cria o precário contrato de trabalho denominado de verde amarelo como sendo uma medida mágica para acabar com o desemprego que atualmente está em torno 13 milhões de pessoas sem trabalho", ressalta o secretário do Sindicato, Fabio Escobar.
A referida medida traz grandes prejuízos para a vida do trabalhador, como por exemplo, o salário limitado a apenas 1,5 salário mínimo nacional, permitindo que cidadãos na mesma atividade ganhem valores diferentes. O FGTS - Fundo de Garantia será recolhido em 2% e não em 8% como é atualmente; a multa rescisória será apenas de 20% e não de 40% como é hoje;
o adicional de periculosidade desses trabalhadores em atividades de risco será apenas 5% de
salário, descumprindo frontalmente a CLT que estabelece o adicional de 30%.
"E quando se pensava que tudo estava ruim não poderia ficar pior, a MP 905 ainda prevê a isenção da contribuição previdenciária do empregador e institui que os desempregados pagarão 7,5% para previdência de seguro desemprego, o que é uma grande injustiça social", afirma.
Escobar lembra que, mais uma vez, o governo ignora que a produção é aquecida pelo consumo e que o empobrecimento da população diminui o consumo e piora a economia do país. "O verde e amarelo, cores oficiais da nossa bandeira nacional sempre relacionados ao progresso não deveriam ser associados ao regresso dos direitos trabalhistas ou a criação de uma nova categoria de trabalhadores precarizados", afirma Escobar.