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As 5 principais dúvidas das mulheres sobre a endometriose

Bem-Estar

  • 10/10/22
  • 06:00
  • Atualizado há 103 semanas

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial feminina, ou 180 milhões de mulheres, sofrem com os efeitos da endometriose. No Brasil, estima-se que sejam mais de 7 milhões de casos entre mulheres em idade reprodutiva. A doença consiste na migração do endométrio (tecido que reveste a cavidade uterina) para outras regiões do corpo, como abdômen, ovário, trompas uterinas e intestino.

A doença foi recentemente reconhecida pela organização, o que a eleva ao status de problema de saúde pública e ganhou, no Brasil, um data específica para marcar a luta contra a endometriose, no dia 13 de março.

Com mais de 13 anos de experiência, a ginecologista Mariana Rodrigues Souza, especialista em atendimento e cirurgias de pacientes com endometriose, afirma perceber um aumento no número de casos nos últimos anos. "No Brasil, percebemos um retardo de até 10 anos no diagnóstico da doença. Muitas vezes, os sintomas são desconsiderados ou negligenciados, como se a cólica fosse normal", explica.

Para esclarecer os principais questionamentos e auxiliar no diagnóstico da doença, a especialista explica os cinco tópicos que mais chegam ao consultório sobre a doença:

- Quais são os principais sintomas da endometriose?

Entre os sintomas mais comuns relatados por pacientes com a doença, estão dor pélvica intensa, dor durante ou após relações sexuais, dor pré-menstrual, dor ao urinar ou evacuar, dificuldade para engravidar, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e do intestino, fadiga crônica e em casos mais graves, sangramento intestinal e na urina.

- Como é realizado o diagnóstico?

O primeiro passo é a consulta a um ginecologista. Após o relato dos sintomas, o médico pode solicitar uma ultrassonografia transvaginal, exame capaz de indicar possíveis alterações características da doença, ou mesmo a ressonância magnética. Uma pequena cirurgia, chamada laparoscopia, pode atestar a endometriose, tanto na investigação médica, a partir da identificação de cistos e nódulos característicos, quanto na biópsia das lesões.

- A mulher com endometriose pode engravidar?

Sim, embora possa haver maior dificuldade para engravidar, é possível. Algumas pacientes conseguem engravidar espontaneamente apenas com o tratamento, com medicações e mudanças de hábitos de vida. Outras podem ter a necessidade de serem submetidas a cirurgias ou tratamentos de reprodução humana. No entanto, quando essa mulher consegue engravidar, existe um risco maior de aborto e trabalho de parto prematuro. É importante informar o médico responsável pelo pré-natal sobre a condição.

- Como é o tratamento da endometriose? Tem cura?

Infelizmente a endometriose não tem cura, mas o tratamento é capaz de trazer muita qualidade de vida para as mulheres portadoras dessa patrologia. O tratamento mais comum da doença envolve o uso de hormônio. Mas é importante saber que mudanças de estilo de vida, como com o uso de dieta anti inflamatória, atividade física, utilização de maquiagem vegana e sono adequado, são imprescindíveis para o tratamento, assim como o uso de fitomedicamentos e vitaminas, que podem ser usados por via oral ou endovenosa.

- A cirurgia é necessária em todos os casos?

Somente uma parte das pacientes tem indicação de cirurgia. A primeira é quando existe uma lesão grave que pode levar a perda da função de um órgão, como quando há um nódulo invadindo o intestino ou a bexiga. A segunda indicação é em casos de mulheres que têm dor refratária ao tratamento clínico, que muitas vezes não têm lesões graves mas continuam com quadro de dor. A terceira indicação está relacionada à infertilidade, quando há o funcionamento normal do organismo da mulher e de seu parceiro e mesmo assim ela não consegue engravidar.

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