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A diferença entre fortuna e riqueza

COLUNISTA - Mariana Hauer

Divulgação - Mariana Hauer

  • 25/05/22
  • 15:00
  • Atualizado há 100 semanas

Por Mariana Hauer - @marianahauer

Hoje, vamos falar menos sobre investimentos e mais em educação financeira, em como conseguimos de fato guardar dinheiro. Na última semana, recebi no escritório uma pessoa que começou recentemente a se preocupar com a sua velhice, sua aposentadoria, apesar de já ter deixado de trabalhar. No caso, esta pessoa não tinha reserva de emergência e, ainda por cima, tem alguns financiamentos que já consomem parte da sua renda. Sentamos e conversamos. E a primeira coisa que fiz foi fazer uma simulação: em 10 anos, se houvesse o acúmulo de R$1.500 reais por mês, quanto o cliente teria em 10 anos, com um rendimento médio de 10% ao ano? O rendimento anual de 10% ao ano é, inclusive, um pouco otimista e, ainda assim, chegamos a um valor um pouco acima de R$210 mil reais. A verdade é que pouco importa o rendimento anual. No entanto, o quesito tempo e, consequentemente, a disciplina de acumular todos os meses, é que farão a diferença. Se dobrar o tempo de acumulação, esse valor muito mais do que dobra e seria mais do que suficiente para viver de forma tranquila a velhice, inclusive, dependendo basicamente só dos rendimentos do montante acumulado.

E aí que vem a diferença entre os dois termos acima: fortuna e riqueza. E esta diferença foi tirada do livro "A Psicologia Financeira", que recomendo fortemente a leitura. Riqueza é tudo aquilo que você vê: carros, casas, roupas, jóias, estilo de vida. E riqueza é assim: quanto mais dinheiro você gasta, menos você tem, no final. Fortuna é tudo aquilo que você não vê: são os ativos investidos acumulados, o valor da sua conta investimento. Você pode ter uma fortuna, paz para viver o resto da sua vida se não tiver que trabalhar mais, e ainda assim, não viver como alguém muito rico. Por isso é muito mais fácil almejar a riqueza - porque você enxerga tudo aquilo - mas é difícil almejar a fortuna. E qual o valor de ter uma fortuna? É o valor da possibilidade, é a opção que não é colocada em prática. Você sabe que poderia viver de uma determinada forma, mas não quer, nem precisa.

Acontece como dieta e exercício. Perder peso pode ser bastante difícil mesmo para quem pratica bastante exercício físico. Acumular patrimônio pode ser bastante difícil mesmo se você ganha muito bem, com um salário alto. Superestimamos as calorias queimadas no exercício físico e é comum comermos mais, eliminando o fator do exercício físico na perda de peso. Com dinheiro, podemos ganhar muito e subestimamos que em algum momento iremos ganhar menos (por desacelerar, por deixarmos de ser tão produtivos como na juventude, por mudar as prioridades). Com os exercícios você pensa: me esforcei, mereço um docinho, uma sobremesa especial. Com dinheiro, você se presenteia porque trabalhou tanto, merece um presente mais caro.

Nos dois casos, gera um resultado entre o que você poderia fazer e o que você opta por fazer, que vai se acumulando ao longo do tempo. Emagrecemos quando sabemos que podemos comer, mas optamos por não comer, e repetimos isso uma infinidade de vezes. O resultado só aparece depois de muitas decisões acertadas. O mesmo com o dinheiro: podemos comprar, podemos viver a riqueza. No entanto, só geramos fortuna e acumulamos patrimônio quando decidimos que haverá um gasto menor que a nossa renda, e decidimos não gasta-lo por muitos anos, todos os meses. E assim, acumulamos fortuna.

Assessora Mariana Hauer - @marianahauer

Sócia da GR Capital com escritório em Assis e Assessora de Investimentos - BTG Pactual

Rua José Vieira da Cunha e Silva, 260, Assis SP, 19800-140, Brasil

Fale com ela: 18 99793-0661

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