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A solidariedade em tempos de crise

COLUNISTA - Arildo Almeida

Arildo Almeida

  • 30/03/20
  • 09:00
  • Atualizado há 212 semanas

Assuntos sempre são motivo de debate na sociedade e alguns, diz o ditado, não se discutem: futebol, religião e política. Na era das redes sociais, esses temas-tabus aparecem e geram tanta discussão, que até cansa. Mas, também promovem conversas e solidariedade.

Todos os debates em torno do coronavírus nos mostram muito mais do que ataques e discussões; no meio deles descobrimos com o ser humano é bom e pode ser ainda melhor. É claro que existem os oportunistas, que sobem os preços de comida ou material de primeira necessidade (como o álcool em gel), mas isso é uma pequena parcela da população. Voltando para aqueles que se importam com o outro, nesses dias de medo e incertezas, vimos muita coisa legal acontecendo.

Em todo o Brasil, pessoas se mobilizam para ajudar ao próximo. Mas hoje vou me ater a São Paulo, aos paulistas, aos paulistanos e aos assisenses. Ao contrário da música do cantor Criolo, existe amor em São Paulo e muita gente vai pro céu, sim. Há algumas semanas, falamos de pessoas que são desenvolvedores do seu espaço e de sua comunidade, que são atuantes em alguma área porque querem viver num lugar melhor e transformar vidas. E é exatamente isso o que tem acontecido nos tempos de coronavírus. Pude presenciar jovens assisenses - que apesar de morarem em outro estado, são nossa gente - que estão imprimindo em 3D face shields e doando para profissionais de saúda da região onde vivem, além de fornecerem o arquivo para quem quiser fazer o mesmo em outros lugares. Outras pessoas publicaram em suas redes sociais que estavam disponíveis para fazer tarefas para quem é do grupo de risco e não pode sair de casa de forma alguma. Há ainda os que vão pagar os profissionais autônomos (diaristas, manicures etc.) pelos trabalhos que não podem ser feitos por conta da quarentena. A Fema realizou a capacitação de profissionais de saúde de todo o município para atendimento e tratamento rápido aos pacientes que apresentarem os sintomas do coronavírus. O Poder Judiciário destinou cerca de R$ 83 mil para compra de materiais e equipamentos médicos necessários ao combate da pandemia. A Prefeitura decretou estado de calamidade pública e cortou, em 50% os salários do prefeito e de todos os secretários. E os empresários locais se uniram à Prefeitura para montar um hospital de campanha. Caso seja necessário, o hospital de campanha será montado na ADPM, que já está preparada para receber 30 leitos; a Fema será a gestora do local e disponibilizará seus médicos e professores para atendimento; e os empresários viabilizam recursos. Tudo isso para que a cidade passe por essa pandemia.

Não existe mágica, mas existe ciência para curar, sobriedade para agir e solidariedade para segurar a onda e espantar o medo.

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