"Ela deixou um legado de amor", afirma mãe de Catarina Mercadante após um ano do acidente
A tragédia envolvendo a estudante de medicina abalou Assis e a região
Redação AssisCity
- 29/01/24
- 08:00
- Atualizado há 35 semanas
"Não dá pra mensurar tudo que vivemos e vamos viver desde o acontecido! É muita dor, muita saudade, muitos sonhos interrompidos, mas o amor que sinto por ela, Deus e minha família me fazem continuar", diz a mãe de Catarina Torres Mercadante Leite do Canto.
Em 29 de janeiro de 2024, um ano após o trágico acidente que matou a jovem Catarina Mercadante, de 22 anos, na Rodovia Rachid Ryes, em Echaporã, o Portal AssisCity entrevistou com exclusividade Mana Mercadante, mãe da jovem, que falou sobre o processo de luto e o pedido de justiça pela morte da filha.
A morte de Catarina abalou Assis e toda a região. A jovem seguia de Assis para Marília, quando o condutor de uma S10 não respeitou a sinalização da pista, que estava em obras, e bateu de frente com o carro da jovem.
Catarina Mercadante morreu no local do acidente, e o condutor está respondendo por homicídio doloso. Desde então, a família da estudante de medicina luta para que o motorista pague pela tragédia. "Queremos muito que ele responda pelo que fez e pelo que causou. Está recorrendo ao STF e ao STJ, mas o júri será mantido! E espero o mais rápido possível que isso aconteça!"
O Luto
Perder um filho pode ser uma das dores mais difíceis de superar na vida de um pai e de uma mãe. O sentimento de ver os sonhos e planos de um jovem interrompidos por uma tragédia é desesperador.
Catarina iniciaria o sétimo semestre do curso de Medicina na Universidade de Marília (UNIMAR), morava fora e tinha o sonho de se formar e trabalhar com o que amava.
Há um ano, o Portal AssisCity entrevistou Mana e Juliano Mercadante alguns dias após a morte da jovem, e durante a entrevista, ambos se emocionaram ao falar da filha. "Ela era nossa florzinha, meiga, determinada, cheia de sonhos e no dia do acidente ela veio até mim, me deu um abraço apertado e foi embora, e então tudo aconteceu", contou Juliano, pai de Catarina.
Mana também estava abalada, na ocasião contou como haviam sido os últimos momentos com a filha. "Esperava sempre ela me ligar após uma hora de viagem, avisando que havia chegado em casa, mas naquele domingo foi diferente, passaram horas e nenhum sinal. Comecei a ligar para ela, para as amigas, mas não houve respostas e então a notícia veio".
Apesar dos momentos difíceis enfrentados pela família, para a mãe, Deus foi sempre apoio para eles, e apesar da saudade ser dolorosa e eterna, encontraram forças para seguir. "O tempo pode acentuar ou modificar muitas coisas, menos o amor de um pai ou de uma mãe! O amor continua intacto! Talvez a vida seja a melhor resposta. Quero sempre fazer memória, poder falar sobre ela sem julgamentos, e acreditar sempre que ela está do outro lado, onde a vida é eterna e plena! E até lá, quero testemunhar o amor e minha fé em Deus", afirmou Mana.
Justiça por Catarina Mercadante
A tag #justiçaporcatarina foi uma das formas que a população encontrou para homenagear e pedir justiça pela morte da jovem. Após o acidente, amigos, familiares e até mesmo pessoas que não conheciam a jovem se manifestaram nas redes sociais, dando visibilidade ao caso.
Para a mãe, foi emocionante ver que a luz de sua filha estava brilhando por meio de tantas pessoas. "Realmente, Catarina deixou um legado de amor. Recebo muitas mensagens de carinho, de solidariedade e compaixão pelo caso. Pessoas que nem nos conhecem ou conheciam a Cati fazem parte agora do meu dia a dia. Realmente, o amor que ela deixou espalhou-se por diversos lugares e corações das pessoas! E eu sou muito grata por isso!".
Na Justiça, o caso da jovem segue em andamento. Em 6 de novembro de 2023, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) reafirmou a decisão de submeter o caso a um julgamento popular.
Na ocasião, o acusado Luís Paulo Machado de Almeida teve seu recurso negado pelo tribunal e segue sendo acusado de causar o acidente de trânsito que matou a estudante.
Os juízes da 1ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP, Mário Devienne Ferraz, Ana Zomer e Alberto Anderson Filho, destacaram a possibilidade de Almeida ter agido com dolo eventual, ou seja, assumindo o risco da ação. "Se há indícios de dolo, a Constituição estabelece que o julgamento deve ser realizado pelo Tribunal do Júri. Com base em todas as provas apresentadas, não há margem para evitar o julgamento por jurados, que analisará se os elementos de materialidade e autoria de um homicídio cometido com dolo eventual estão comprovados, buscando a melhor solução para o caso", afirmaram os magistrados em parte de sua decisão.
Mana finaliza falando sobre a fé e como ela a ajudou a seguir firme, com o apoio de seu esposo e seus filhos. "A fé é a única forma de viver um luto e aprender a lidar com a saudade que é tão grande. A confiança e a esperança em Deus nos preenchem e nos fazem prosseguir! Eu afirmo, não há outro caminho ou solução a não ser confiar e acreditar em Deus".