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ANP volta a pesquisar a existência de petróleo e gás natural na região

Cândido Mota foi alvo da pesquisa na última quarta-feira, 15

Redação AssisCity/ Colaboração do geólogo José Reynaldo Bastos da Silva/Foto: José R. B. Silva

  • 21/06/16
  • 07:00
  • Atualizado há 410 semanas

Depois de verificar, no mês de maio, a possibilidade de existência de petróleo e gás natural em diversos municípios da região de Assis, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizou novas pesquisas em Cândido Mota, na última quarta-feira, 15, já com maquinários da Global Geophysical, que presta serviços à ANP.

A ANP está realizando estudo geológico através de pesquisa sísmica na Bacia Sedimentar do Paraná, que abrange municípios dos estados do Paraná e São Paulo. A pesquisa sísmica com caminhões vibradores é realizada em estradas federais, estaduais e municipais. A área do estudo inclui 177 municípios do Estado do Paraná e 90 municípios do Estado de São Paulo, dentre os quais o Município de Cândido Mota.

A atribuição legal de fazer estudos geológicos para aumentar o nível de conhecimento sobre as bacias sedimentares brasileiras é da ANP. Uma bacia sedimentar é uma depressão da crosta terrestre onde se acumulam rochas sedimentares que podem ser portadoras de petróleo ou gás natural, associados ou não.

Esse projeto foi contratado pela ANP em 2015 por meio de licitação pública. Insere-se no Plano Plurianual de Estudos de Geologia e Geofísica da ANP um programa de aquisição sistemática de dados geológicos e geofísicos para aumentar o conhecimento das bacias sedimentares de nova fronteira.

Os dados adquiridos serão inteiramente públicos e, após a conclusão do projeto, estarão disponíveis para consulta no BDEP - Banco de Dados de Exploração e Produção, Dados de Fomento, que poderá ser acessado em http://app.anp.gov.br/webmaps/ e cujo Mapa Geológico será elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

A tecnologia da empresa Global Geophysical Services, que tem sede nos Estados Unidos, na cidade de Houston, Estado do Texas, utiliza a tecnologia de 'vibroseis'. Esta pesquisa sísmica utiliza caminhões vibradores que emitem vibrações (ondas sonoras) semelhantes a um pequeno terremoto pela queda de um peso na superfície do terreno suportado por caminhões tipo Thumper.

Essas vibrações são sensíveis aos pés de uma pessoa que se encontre nas proximidades dos caminhões em pontos pré-determinados ao longo das rodovias envolvidas na locação do projeto. As ondas descem a até 5.000 metros de profundidade, atravessam as rochas que ocorrem em sub-superfície, são refletidas e retornam para a superfície, onde são registradas em equipamentos específicos, denominados geofones.

A partir do tempo de viagem das ondas sonoras e posterior tratamento dos dados, são geradas imagens do subsolo. Nessas imagens é possível identificar e rastrear as camadas rochosas que ocorrem em sub-superfície. A pesquisa possibilita avaliar se a configuração é ou não adequada para a geração e acumulação de petróleo ou de gás natural.

Com esses resultados, a ANP vai informar a comunidade mundial sobre as potencialidades petrolíferas da região, despertando assim o interesse de empresas brasileiras ou multinacionais para participarem das rodadas de concorrências públicas a adquirirem esses chamados blocos regionais e prosseguirem na pesquisa em detalhe.

"Uma coisa é certa: confirmado petróleo e/ou gás natural em nossa região, serão muito mais econômicos que na Bacia de Santos, pois aqui seriam poços em terra, enquanto no pré-sal de Santos os poços estão a 300 km distantes da costa, em alto mar, sob uma lâmina d'água de mais de 2.000 metros e os reservatórios chegam a mais de 5.000 metros abaixo do leito marinho, incluindo uma camada de sal de aproximadamente 2.000 metros. Se for campo gigante de petróleo e gás natural, temos o gasoduto Bolívia-Brasil passando a menos de 200 km de distância, nas proximidades de Bauru, para dar vazão à produção do gás natural, e uma excelente infraestrutura de rodovias para o transporte do petróleo até as refinarias paulistas", explica o geólogo José Reynaldo Bastos da Silva.

"Analisando a geologia de profundidade até 5.000 metros no subsolo de nossa região, temos as três condições naturais e potenciais para petróleo e/ou gás natural: rocha geradora, rocha condutora e rocha selante. A rocha geradora formou-se 250 milhões de anos atrás, no período geológico conhecido como Permiano e logo após o período do Carbonífero, quando o mar estava presente em nossa região e se formaram grandes depósitos de matéria orgânica que podem dar origem a hidrocarbonetos (petróleo e gás natural). A rocha condutora é o arenito e a rocha selante é o basalto, essa 'pedra preta' , que origina o fértil solo do Vale do Rio Paranapanema, a conhecida 'terra roxa', finaliza o geólogo.

Empresa realiza pesquisa geológica na Rotatória Lourival Luís Antonucci, saída da cidade de Cândido Mota para o Distrito de Frutal do Campo. Foto: Geólogo José Reynaldo

Geólogo José Reynaldo, esposa Viviani, Vereador Alfredo Bolzan e motorista "Piruá" da Prefeitura de Cândido Mota,juntamente com operador de máquinas da Global no trevo da Rotatória "Lourival Luis Antonucci", entrada para a cidade de Cândido Mota, em 15 de junho de 2016

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