Casal do interior de SP planeja morar em todas as capitais do Brasil em dois anos: 'Espírito de desbravadores'

Um casal de Bauru, no interior de São Paulo, decidiu explorar a cultura, a economia e os espaços de cada estado brasileiro em um projeto que completa um ano neste domingo (8). Para isso, a dupla tem o plano de morar em todas as capitais do país e, desde janeiro, já concluíram quase 31% desta aventura.

Fabiana Mercado, de 33 anos, e o marido, Gustavo Longo, de 38 anos, contaram que são naturais de Bauru, mas tiveram a oportunidade de morar por 10 anos na capital paulista para estudar e trabalhar. Neste tempo, o sonho de atravessar os limites de territórios e conhecer outros lugares "gritava" no coração de ambos.

"Sempre tivemos um espírito de desbravadores, de explorar a cidade, daquilo que ela nos proporciona, a cultura, o povo, e conhecer coisas diferentes. Como São Paulo é a maior cidade da América Latina, a gente entende que ela nos permite conhecer culturas de áreas mais ricas, mais pobres sem preconceitos", lembram.

A jornada começou em janeiro do ano passado, sendo que Florianópolis (SC) foi a primeira capital a receber o casal. No primeiro momento, o casal conta que precisou levar uma sobrinha que passou na universidade e a viagem serviu como experimento do projeto.

Depois de Florianópolis, o casal "pegou estrada" com destino à Curitiba (PR), cidade que também ajudou a entender a viabilidade e propósito dos planos, com as questões financeiras. A partir de julho, Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Brasília (DF) e Palmas (TO) abrigaram Fernanda e Gustavo.

"Fizemos essa imersão de sair de uma capital e ir para outra, o que foi uma novidade para a gente, viramos os meses em cada uma delas até dezembro do ano passado", relatam.

O planejamento do casal conta com um cronograma que já tem o nome da próxima cidade registrado: Belo Horizonte (MG). Para evitar período de grandes chuvas, os percursos foram separados , já pensando em tempos de descanso em Bauru, para rever os familiares.

Durante as viagens, que são feitas de carro, o casal leva as malas, mas, principalmente, os equipamentos de trabalho, já que a rotina é a mesma de quando moravam em Bauru.

A jornada tomará outros rumos assim partirem de Bauru à Fortaleza (CE), já que, para isso, pretendem viajar de avião. Ao chegar ao Norte do país, tentarão alugar um carro na viagem entre os estados, com exceção de Belém para Macapá que pretendem utilizar um barco.

Em relação aos desafios, Fabiana e Gustavo garantem que o principal é a estrada, já que algumas carecem de boa pavimentação. Os buracos, inclusive, já custaram três pneus novos que foram rasgados no trajeto.

Ao chegar nas cidades, o casal busca conhecer feiras públicas e de artesanato, mercados, expressões culturais e músicos que compõe a agenda cultural.

Fabiana, por sua vez, revelou que participa de provas de atletismo nas capitais e por isso, adora conhecer os parques. Gustavo também tem a sua peculiaridade. Segundo ele, procura conhecer o trabalho de cineastas das capitais, para publicar em seu canal do Youtube.

"A gente gosta de conhecer pessoas, situações locais, para ter uma troca de experiências muito valiosa. A gente gosta de conhecer a cultura, fatos históricos, museus, exposições, centros, para explorar o que a cidade consegue nos entregar. Além disso, tem os próprios moradores que nos contam o que não podemos deixar de fazer para ser considerado habitante dali. Conhecemos comidas típicas de cada estado também. Em Palmas, descobrimos que tinham praias de água doce", celebram.

Aventureiros, Fabiana e Gustavo também aproveitam as trilhas e as atividades naturais de cada capital. Segundo eles, é impossível resumir a ideia do projeto em um único objetivo. Afinal, seja na natureza, na economia ou na cultura, eles encontraram diversas riquezas.

Das 26 capitais do Brasil, ambos já conheceram oito durante esse um ano de "pé na estrada". Os planos do casal é que a viagem termine em 2024, com retorno para Bauru. Contudo, ao concluir essa etapa, desejam viajar para as capitais da América do Sul.

"A Fabiana que vai não é a mesma que volta. Como dizia Einstein 'quando uma mente se abre a uma nova ideia, ela nunca volta ao seu tamanho original' e nós vamos seguindo a adaptação. Temos que nos forçar a sair de rotinas para continuar desbravando as cidades", finalizam.