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Museu de Arte Primitiva de Assis irá disponibilizar acervo on-line

Projeto aprovado pelo PROAC também contempla construção de uma nova sala de reserva técnica

Redação AssisCity/ Fotos: Divulgação

  • 24/05/18
  • 09:00
  • Atualizado há 309 semanas

O Museu de Arte Primitiva de Assis (MAPA) está recebendo novas melhorias. Após a aprovação de um projeto pelo PROAC, programa de incentivo à cultura do Governo do Estado de São Paulo, o MAPA ganhou uma nova sala de reserva técnica, além da oportunidade das obras passarem por higienização e uma nova catalogação.

O responsável pelo projeto é Paulo Cauhy, que tem grande repertório em trabalhos de coordenação na área cultural. Ele conta com a ajuda de uma equipe especializada, além do apoio da Secretaria Municipal de Cultura, por meio do secretário Emerson Gonçalves.

"Os museus têm este espaço que é chamado de sala de reserva técnica, onde é guardado todo o acervo que não está sendo exposto. O prédio do MAPA foi construído já com o objetivo de ser um museu e isso é muito bacana. O acervo, no entanto, cresceu muito e a reserva técnica não estava mais sendo o suficiente para abrigar tantas obras. O MAPA é um museu muito importante, não só para Assis, mas para o cenário da arte brasileira como um todo. Temos obras de artistas muito conceituados e que poderiam ser armazenadas de forma melhor, o que está sendo possível graças à aprovação deste projeto que estamos desenvolvendo", afirma Paulo.

O acervo do MAPA é composto por telas e objetos tridimensionais de diversos artistas e técnicas.

"O MAPA foi criado a partir das doações de José Nazareno Mimessi, que era um grande apreciador das artes populares e primitivas. Ele doou o seu acervo particular para a Prefeitura e, a partir disso, o museu foi construído, levando inclusive o seu nome. Mimessi trocava informações com diretores de museus, artistas e ia comprando as obras, pois entendia a importância de tudo isso. Por isso temos obras de diferentes técnicas e artistas, desde os mais acadêmicos até aqueles que criaram sua própria maneira de se expressar, possibilitando um acervo bastante plural. Temos artistas como Valdomiro de Deus, Djanira, mais de 100 obras do Ranchinho, que é um artista de Assis, dentre outros. O MAPA concentra obras no estilo Naif, popular e até indígena. Tudo estava guardado e foi uma surpresa bastante agradável abrir as caixas", diz.

O projeto já está sendo colocado em prática desde janeiro e agora segue na reta final. Cauhy salienta que as melhorias irão colocar o MAPA no cenário nacional, já que as obras poderão ser emprestadas para outros museus do país.

"Estamos com uma equipe de profissionais especializados no cuidado e conservação das obras. Fomos contemplados em 2017 e iniciamos os trabalhos em janeiro de 2018. A previsão é que tudo seja concluído até o final de junho, quando teremos um inventário atualizado e que será disponibilizado on-line. A plataforma que utilizamos é gratuita e foi desenvolvida pela Universidade Federal de Goiás, em parceria com o Instituto Brasileiro de Museus", explica.

A última catalogação do acervo do MAPA foi feita em 2015 e agora será atualizada, mas o número passa de 1400 obras.

"Como todo o inventário ficará on-line, outros museus e pesquisadores saberão o que temos disponível e a troca de obras também deverá aumentar. Essa é uma prática comum entre grandes museus e pode ser uma vantagem, pois o museu que toma emprestado tem uma série de obrigações com a obra e deve cuidar dela muito bem. Além disso, obras expostas valem mais no mercado artístico, além de seu valor já intrínseco. Essa visibilidade vai ser ótima para o MAPA, que caminha para ser um museu importante para todo o Brasil", salienta.

O projeto do MAPA não contempla a restauração das obras, mas Cauhy acredita que após o novo detalhamento do inventário, a equipe saberá quais são as necessidades de cada parte do acervo.

"O trabalho de restauração é muito caro e o projeto não contempla essa parte. Algumas obras terão que ser restauradas, mas como teremos um detalhamento maior do inventário, saberemos como se encontram as obras e quais são as suas necessidades para uma futura oportunidade. Como não tínhamos uma noção exata das obras que estavam aqui, é como se tivéssemos organizando a casa para os próximos passos", salienta.

Para finalizar todo o trabalho, Cauhy e a equipe já pensam em uma exposição comemorativa.

"Ao final dos trabalhos que estamos fazendo, queremos montar uma exposição para celebrar este momento. O público poderá ver de perto as obras que o MAPA possui, conhecer um pouco mais sobre as artes e ver que as obras daqui são dignas de qualquer grande museu. Ter esse acervo é com certeza um privilégio", conclui.

O site do Projeto de Salvaguarda do Acervo do Museu de Arte Primitiva de Assis já está on-line e você pode acessá-lo aqui.

O MAPA fica localizado na Avenida Antônio Zuardi, 895, no Parque Buracão.

Coordenador do projeto, Paulo Cauhy

Paulo com parte da equipe que compõe o projeto

MAPA tem mais de 1400 obras no acervo

Obras indígenas compõem acervo do museu

Obras serão guardadas na nova sala de reserva técnica

MAPA abriga obras de diversos estilos e artistas

Museu disponibilizará acervo on-line

Equipe durante trabalhos no MAPA

Museu de Arte Primitiva de Assis

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