Para Sindicato, fim do Ministério do Trabalho é retrocesso
COLUNISTA
A extinção do Ministério do Trabalho e os ataques à Justiça do Trabalho são os primeiros
retrocessos do governo Bolsonaro, de acordo com o Sindicato dos Bancários de Assis e região.
Ao transferir as atribuições do registro sindical para o Ministério da Justiça e Segurança
Pública, pasta criada para o ex-juiz Sérgio Moro, os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros
enfrentam mais um retrocesso, que remonta os anos 1930.
Com essa medida já oficializada, o país volta ao passado, ao período anterior à promulgação da
CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), em 1931, quando as questões sociais e trabalhistas
eram tratadas pelo governo federal como "caso" de polícia e não como um direito da classe
trabalhadora de se organizar livre e democraticamente.
"É um retrocesso que vem na esteira da absurda e desrespeitosa extinção do Ministério do Trabalho. O fim da pasta impõe aos trabalhadores e trabalhadoras a perda de um instrumento histórico de interlocução e de debate de políticas públicas dentro do Executivo Federal", critica o secretário geral do Sindicato, Fabio Escobar.
Os pronunciamentos à mídia do presidente recém empossado apontam para mais retrocessos,
como a extinção da Justiça do Trabalho (não explicada, nem detalhada), pois Bolsonaro diz
achar que "no Brasil há excesso de proteção ao trabalhador e que o trabalhador" e "a mão de
obra no Brasil é muito cara" e que isso deve ser mudado por prejudicar o empregador". "Mas
se os trabalhadores e as trabalhadoras não estão na agenda do novo ocupante do Palácio do
Planalto, saibam que a classe trabalhadora é a nossa agenda, a nossa pauta, a nossa luta
permanente, histórica e diária", ressalta.