Com 105 anos, 32 netos e incontáveis bisnetos e tataranetos morre moradora de Assis

Com 105 anos, dos quais muitos de luta e garra para criar 18 filhos, dona Virgilina Sena de Oliveira, moradora de Assis, morreu nessa quinta-feira, 15, e foi sepultada no Cemitério Municipal da Saudade.

Nascida em Brumado, na Bahia, Dona Virgilina mudou-se aos 15 anos para o Estado de São Paulo e há 30 mora em Assis com sua filha Odete Rodrigues de Moraes, que se dedicou aos cuidados da mãe.

Dona Virgilina casou-se aos 15 anos e teve o primeiro filho aos 16. Dos seus 18 filhos, todos nascidos de parto normal em casa, 8 morreram ainda crianças , com filhos pequenos, teve uma vida de muitas aflições, pois ficou viúva aos 57 anos e viu-se obrigada a partir para a lida para criar seus filhos. "Ela trabalhou a vida toda na roça para sustentar os filhos e sofreu muito", conta sua filha Odete.

Apesar de todo o sofrimento e as angústias, Dona Virgilina era uma mulher especial e tinha como prazer ficar em casa quando podia, lugar onde se sentia aconchegada e dividia as alegrias com a família, entre umas e outras baforadas de cachimbo. É isso o que diz sua filha. "Apesar de todo sofrimento da minha mãe, ela era uma mulher muito feliz e alegre", diz emocionada.

A resposta para toda essa felicidade e alegria, como superação dos sofrimentos e com consciência de missão cumprida, estava na sua fé e proximidade com Deus. "Minha mãe era muito religiosa, gostava muito de ir à igreja, era Católica, tinha muita fé e Deus sempre foi seu guia", conta a filha.

Porém, a idade já não permitiu mais que Dona Virgilina fosse à igreja, pois estava acamada, mas mesmo assim "fazia questão de acompanhar as missas pela televisão, até o dia que ela foi se encontrar com o Pai. Ela foi uma grande mulher e um exemplo para todos nós".

Dona Virgilina deixa filhos, 32 netos, bisnetos e tataranetos "não conseguimos contar", diz Odete.