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CASO MARIA FLÁVIA: Família vai recorrer da decisão de motorista cumprir pena em liberdade

Pena é de prestação de serviço à comunidade

Redação AssisCity

  • 16/12/21
  • 16:00
  • Atualizado há 123 semanas

A família da psicóloga Maria Flávia Camolezi falou com exclusividade ao Portal AssisCity sobre a pena aplicada ao dentista Murilo Almeida Machado, motorista do veículo que, além de estar embriagado, fazia 'racha' na Avenida Rui Barbosa, em 1º de maio de 2021, quando bateu em um prédio e a passageira do veículo, filha de José Augusto e Eliane Camoleze Augusto morreu.

O motorista do veículo, que se encontrava preso, foi posto em liberdade nessa quarta-feira, 15, com pena restritiva de direito, e prestação de serviço à comunidade.

O pai de Maria Flávia, José Augusto, advogado, morador de Cândido Mota, entende que nesse momento não importa discutir a substituição de pena e vai recorrer da decisão. "Para esta decisão cabe recurso e o recurso será interposto e, eu, como pai da vítima e advogado, atuando no processo como Assistente de Acusação, acredito que a Justiça em Instância Superior 'pode' e 'deve' mudar esta decisão", diz o José Augusto.

Divulgação - Maria Flávia Camoleze, 26 anos - Foto: Internet
Maria Flávia Camoleze, 26 anos - Foto: Internet

O pai da jovem diz ainda que "o magistrado, embora tenha entendido que houve a disputa, houve o 'racha', considerou que o réu Murilo não quis o resultado e não assumiu o risco de produzi-lo". Assim, "entendeu que não houve o Dolo Eventual, quando na verdade o réu Murilo conhece o local dos fatos, já havia passado por ali instantes antes e na mesma condição, portanto estava ciente e, ao aceitar a disputa com o réu João Pedro e ultrapassar o veículo HB 20, conforme consta dos autos, a 101 km/h, que por consequência não fez a curva da via, vindo a chocar com a pilastra de concreto da Clínica Dentária, a uma velocidade maior que 80 km/h, destruindo completamente o veiculo do lado onde se encontrava a vítima". Ele entende ainda que "o réu Murilo 'assumiu sim' o risco de produzir o resultado de morte da vítima, Maria Flávia, minha filha, independentemente de uso ou não do cinto de segurança em razão da velocidade e da força do impacto".

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Conforme informado pelo advogado de defesa de Murilo, Fahd Dib Junior, ele pediu desculpas em juízo e não esperava que o ocorresse um acidente.

Sobre isso, o pai de Maria Flávia diz: "quanto ao pedido de desculpas, e se houve sinceridade ou não, no meu ponto de vista isso não ameniza a gravidade do crime e nem suas consequências, nem tão pouco pode ser usado para fins de atenuar a pena. Um simples pedido de desculpa, sincero ou não, não vai contribuir para se evitar outras tragédias da mesma natureza".

Após sete meses da tragédia, e com essa condenação de prestação de serviço à comunidade, quando se esperava outra pena, José Augusto diz que "é muito difícil lidar com isso, porém, a vida tem que continuar... Importante ressaltar que desta decisão cabe recurso e, como eu disse por ocasião da negatória da Prisão Preventiva, para mim como advogado, não causa nenhuma estranheza, mas esta decisão mesmo em instância primeira é muito ruim, pois a sociedade vai entender que esta tragédia não vai dar em nada, não há consequência. É como dizer para a sociedade que a justiça não faz justiça".

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